terça-feira, 25 de outubro de 2011

Combustíveis

MILHO OU CANA?
By roner, 2011-10-20
Há muito havia uma questão que me incomodava.
Porque os EUA e Europa plantam milho para fazer álcool,
E nós plantamos cana de açúcar.
E estamos exportando a tecnologia para a África (faz sentido).
Quando lançado,
O Proálcool foi um sucesso de propaganda e estupefação da mídia.
Entre sucesso retumbante e fracasso dorminhoco,
Eis que ele ressurgiu e assombra o século XXI.
Não é fácil mudar a cultura açucareira,
Adquirida com o período Colonial (espoliação).
Os mandatários do setor estão aí vivos e encarnados,
Nos esqueletos reencarnados em mausoléus milionários.
E o governo é paulista e nordestino.
E daí?
Daí que os plantadores de milho plantam comida!
Já viu a bíblia e os registros históricos científicos?
O milho (painço) sempre alimentou os povos.
O milho mesmo é mexicano. Então...
Vai que vem uma crise não oriunda de Wall Street?
Uma crise não dependente de petróleo?
Uma crise de orgulhos feridos nesse mundão?
Voltaremos há dez mil anos  Mas...?
Éramos 6 milhões e hoje bilhões...
E seremos uma sociedade coletora ou recolectora?
Acredito que seremos puros saqueadores,
Pelos motivos mais variados, mas buscando comida.
Bem, é só uma crônica e não uma pesquisa.
Numa crise, quem se dará melhor:
O plantador de cana ou de milho?
Faz aí uma broa de cana, um angu de cana...
Dá-me a casquinha agarrada no fundo da panela... da cana...
Colombo esbarrou com a América (?) e com o milho,
Que depois espalhou pelo mundão afora...
Mas trouxeram a cana da Ásia que aqui prosperou.
Bem, sobrou pelo menos a cachaça.
Com uma polenta frita cai bem.
Por fim, só açúcar mata a fome?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pura poesia

Poço das Orquídeas
Décadas de 80 e 90. Século XX. Descobri a Serra do Caparaó e Iuna.












terça-feira, 23 de agosto de 2011

LENDA DOS CAPARAÓS - Capítulo II

O que o Velho Caparaó gostava mesmo era de contar histórias. De seu povo e de sua região. Uma delas dizia a respeito de como surgiram nossas montanhas.

    Segundo ele, nossa região em época muito remota, havia sido um enorme vulcão. Quando esse vulcão começou a se acalmar, caiu dos céus uma chuva de enormes pedras, indo uma delas - a maior, colidir com a capa já resfriada da imensa cratera.

    Fora um choque colossal. A cratera se abriu em várias partes, formando o que hoje vemos como as Serras do Caparaó, Seio de Abrão, Palmital e Beraba. A ponta do que sobrou da pedra que veio do espaço, é hoje a conhecida Pedra da Tia Velha.

    Depois do estrondo, durante muito tempo o que restou foi a escuridão, provocada pela poeira amarela no ar. A poeira tinha vindo do espaço, e junto com ela, as primeiras formas de vida.

    Muitas outras colisões aconteceram na mesma época, em várias partes do planeta. Mas isto já não era história de Caparaó.

domingo, 17 de julho de 2011

Poesia

OI FILHO
by  jul 1011

Prá dizer a verdade
Sinto saudade de você pequeno.
Eu era útil. Igual Deus quis.
Gostava de seu cheiro de bebe.
Adorava  beijar suas mãos.
Esperei nascer, andar e falar.
Os olhinhos espertos, negros...
Ainda neném, era num cesto e
Fazia o maior sucesso!
Todos te conheciam, achavam graça.
A gente vivia agarrado.
E você foi crescendo.
Andava de garupa na moto.
No cesto, uma vez,
Você rolou dele dentro do carro
Indo pras férias na praia.
Eu e sua mãe fizemos um drama.
E te ensinei acampar.
Subimos montanhas.
Pico da Bandeira, Colossus e Tia Velha.
E você foi crescendo.
Escola, amigos, namoradas, livros.
A vida me tomou a criança e
Devolveu-me o adolescente,
Depois um jovem e por fim o homem.
E agora eu sou a criança.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Saudade

OI PAI

by roner – julho 2011.

Oi Pai. Sinto Saudade.
Uma saudade consciente,
Que só o tempo ensina. Aprendi.
A gente conversava pouco,
Por causa da distância em quilômetros.
Quando juntos, gostava de seu otimismo.
Sempre disposto, alegre.
Eu queria ter falado mais.
Você falava pouco, mas observava.
Tinha sempre a opinião formada,
Gostasse ou não seu interlocutor.
Era rude, mas sincero. E feliz.
Te via caminhar toda a Capital.
Andava longe para ir num forró.
Eu sinto falta,
De sua existência física.
Aqui, hoje, íamos conversar mais.
Eu falaria para você ouvir..
Não precisava opinar, retrucar...
Neste seu aniversário,
Eu sinto é uma grande saudade.
Será,
Que um de seus milhões de pedaços,
Pode me fazer companhia?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

LENDA DOS CAPARAÓS - Capítulo I

  Perguntando o que era importante para ele, na vida, o Velho Caparaó respondeu, com os olhos brilhantes, fitando o horizonte que descortinava, sentado no alto da Montanha Sagrada do Brasil.

    _ "Acho importante o sol nascer e depois se despedir. Acho importante a lua brilhar, a chuva cair, as águas brotarem no alto da montanha e alimentar a vida; A sombra e o silêncio das matas, a majestosa imponência das pedras, o canto dos pássaros e seu vôo livre e, às vezes errante; A carícia do vento em tudo que há na terra...
    Essas coisas eu considero importantes. Elas me fazem felizes, alimentam meu espírito e me fazem sentir parte do universo."
Roner Braga Padilha

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Conheça Iuna-ES

AS SETE MARAVILHAS
By roner Braga Padilha – ago 2009

Quer passear comigo?
Andar de pé no chão...
Tem ruas de pedras retangulares,
Outras de hexágonos, pentágonos,
Buracos, calçadas trôpegas...
Há padarias, botecos, lanchonetes,
Salões de beleza, borracharias...
Mas a gente vai seguindo;
Farmácias, confecções, sorveterias.
Justiça, executivo, legislativo.
Bancos, barbearias, combustíveis,
Loterias, celulares, geladeiras e TV...
E a gente vai seguindo.
Oficinas, hospital, casarões,
Hotéis, atacados, escolas e prisões.
E a gente vai seguindo.
Eu quero te mostrar a paisagem,
Os horizontes que há.
São de vários matizes:
Podem ser verdes, azuis,
Infinitas, minúsculas, avoantes,
Coloridas, recortadas, deslizantes.
Quero te fazer ouvir o silêncio
Ao por do sol.
E a barulhada ao nascer.
Sentir o frio da madrugada.
Admirar as corredeiras,
Seguindo serras e montanhas,
Pulando ou circulando crateras,
Ou correndo mansa nas baixadas.
E depois de tudo, se você,
Ainda disser que não me ama,
Não importa...
Você aprendeu amar Iuna!

Roner é Secretário e membro da Academia Iunense de Letras.

quinta-feira, 17 de março de 2011

POESIA

CANÁRIO DA TERRA
 by Roner Braga Padilha em março 2011.
  
Uma pequena feixa de terra
É o palco da festa. Diária.
Os canários da terra amontoam-se
Na pequena cortina verde ali existente.
Geralmente na hora do almoço,
No verão.
Somem ciscando o chão
E ressurgem buscando sementes.
Mudam para os matinhos
Que crescem nas pedras da rua.
São mansos. São esbeltos.
Quando forma poços d’água,
Depois das chuvas...
É um calmante vê-los banhar-se.
Elegantes, estão sempre eretos.
Caminham “pata a pata”
E empreendem vôos curtos.
São coloridos.
Os machos são bem amarelos
E tem pinta vermelha na cabeça.
Adoram brigar com espelhos.
As fêmeas podem ser amarelas,
Com penas esverdeadas na asa.
O canto é afiado e limpo.
Do macho marcando território.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

FUTUROS ESCRITORES

NAGEM ABIKAHIR – FUTUROS ESCRITORES

Roner Braga Padilha – Secretário da Academia Iunense de Letras
Set 2010
Tive o privilégio, de ser convidado a fazer parte da Comissão que analisou os trabalhos realizados por alunos da Escola Nagem Abikahir, de Iuna-ES, cuja meta era avaliar Poesias e Poemas escritos por integrantes das 5ª e 6ª séries, engajados num projeto do MEC – nível nacional-, buscando identificar os melhores escritores das escolas brasileiras.
            A experiência foi fascinante e inusitada. Fascinante porque eu estaria frente a frente com “uma mina de ouro”, mesmo que houvessem pedras brutas.
Inusitada ao me deparar com um “livrinho” de mais de cem páginas, onde estavam as regras do concurso, que professores e alunos deveriam seguir. Sem falar no tempo exíguo que me foi concedido.
            Entre as regras do livrinho (minhas vivências, a realidade de Iuna que deveria ser ressaltada e o coração), fiquei com tudo e o coração muito juntinho. Eu não leria poetas consagrados com suas pertinentes certezas de usarem a norma culta – que em sua maioria são os autores que admiramos e exaltamos. Eu estaria lidando com ouro bruto, mas ouro puro. Fascinante e instigante!!!
            Li, uma a uma, aprendendo e apreendendo o que nossos jovens escrevem. Pelos meus critérios e os do livrinho, havia muita coisa interessante, agradável e gostoso de ler. Sem os hermetismos dos consagrados.
            Por fim, me chamou a atenção, o fato de o foco ser o Município e a Cidade de Iuna. E então me detive nas palavras mais usadas, compondo um caleidoscópio curioso do que os jovens vêem. Acompanhe a seguir:

Padaria, farmácia, lojas, supermercado, mercearias, mercados, bancas, fórum, igrejas, matriz, água santa, serrinha, colossus, pico da bandeira, príncipe, café, violência, cultura, braúna, casa da cultura, minha casa, iuna, minha cidade, cachoeiras, pedreiras, mulher, fé, natureza, bóia fria, flores, tristeza, alegria, pito, quilombo, aprender, coração, amor.
            E então, sai uma poesia ou poeminha aí?
            Estou torcendo pela Escola.