terça-feira, 30 de junho de 2009

MULHER


SOBRE UMA MULHER
By roner julho 2008


Você chega
E não ocupa espaço...
Você preenche.
É fêmea, feminina.
É competente,
Sem farsas inúteis,
Firulas, penduricalhos.
Seus cabelos, olhos,
Olhar furtivo ou direto.
Suas pernas,
Seu andar,
De mulher. Fêmea.
Independente.

É bonita,
Para os padrões de gisele...
Atraente, sensual.
Instiga a imaginação.
Atrai a convivência,
A dois.
Gostei de sua voz.
Pronunciando meu nome.
Como chegar até você?

Sai do pedestal...
Já te vi na intimidade,
E você nem sabe...
Ou sabe?
Foi provocação?
Funcionou...
Me apaixonei.
E agora, vivo a sonhar.
Pois é...
E ainda não é dezembro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

RAICAIS


RAICAIS – HAIKAIS

By Roner Braga Padilha

12/2007 – 08/2008

Já sentiu o perfume

De uma única for de maracujá?

Morrer por um raio

É morrer pela mão de Deus!

Trovão, relâmpago e tempestade,

Ainda amedronta a humanidade?

Às vezes eu fico assim,

Juntinho de Deus,

Porque tô morrendo de medo!!!

Já escreveram tudo!

Prá que escrever?

É melhor ler!

Cheiro de lixo em Iúna,

Sopra o vento sul.

A chuva tornou cristalino o ar,

Que o torrador de café teima em manchar.

Pessoas sem passado,

São pessoas que não tiveram passado

Ou não fizeram diferença?

Ignorância mata! Eu morri.

O problema é nascer de novo.

Canta o galo na madrugada:

- “socoorroooooooooooooo!!!!!!!”.

Uiva o cachorro, sem lua:

- “auuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!”.

O morcego sibila,

E me erra.....

terça-feira, 9 de junho de 2009

POEMA COLEIRO


O CANTO DO COLEIRO
By Roner Braga Padilha
02.03.2008

O coleiro voltou.
Ele nasceu aqui em casa.
Eu o tive nas mãos.
Ainda sem saber voar,
Num entardecer ele perdeu-se no chão.
À noite tem gato, tem coruja e
Pela manhã as lagartixas verdes.

Lutei com ele e por ele.
Não sossegava no abrigo.
Era uma gaiola sem porta,
Sem parte do telhado e laterais.
Uma gaiola ecológica.
Cobri com jornais.
Passou a noite.
De manhã os pais apareceram...
Ele, filhote, já tinha escapado.
E os pais o alimentavam.
Depois sumiram.

No entanto percebi
Que uma vez por ano,
O coleiro volta e canta.
Canta chamando coleira.
No meu quintal.
Então acasalam.
E os filhotes...?
Voltam uma vez por ano?

sábado, 6 de junho de 2009


BOM DIA MEU AMIGO
by Roner Braga Padilha
setembro de 2008



Bom dia meu amigo.
Hoje, acordei, como sempre, às duas da manhã.
Mas, estava tudo diferente.
Chegou a primavera.
A garrinchinha cantava e fazia estripulia no telhado.
Às quatro horas da manhã.
O pardal solteiro, sozinho e solitário,
Chamava o bando ou a pardalesa (?), a pardoca (?), às cinco horas.
Até as andorinhas deram as caras.
Só os canários da terra continuavam preguiçosos.
Só dão as caras depois das sete horas.
Mas a primavera chegou.
E eu lembrei de você.
Lembrei do longo inverno, tão curto no tempo.
Ainda era verão, mas a alma estava gelada.
E apareceu você, igual a uma carreta com 18 pneus.
De morro abaixo. Desgovernada. Com dois tanques.
De gasolina? De aviação? De querosene? De ácido?
No final da descida, ela tombou. Capotou.
Guinchava como nos filmes? Guinchava?
Ferros no asfalto, no chão, pelas pedras. Se arrastando.
Arrastando o que encontrou pela frente.
Trombou, foi trombada, até parar.
E derramou seu conteúdo. Foi se esparramando.
Bastava uma fagulha, um lume, faisquinha.
Incendiou. Explodiu. Queimou. Até virar cinza.
Não sobrou nada. Até a fumaça acabou. Ninguém se importou.
Mas você estava lá assistindo. Viu tudo.
E saiu por ali buscando, no rescaldo...
Cadê a última brasa, um foguinho frio, um chiste vermelho?
Acabou...? Assim...? Não sobrou nada...?
Talvez.
Agora, com a primavera, pensei...
Sou uma tundra...

sexta-feira, 5 de junho de 2009


SENTIDO DA VIDA

By Roner
Mai 2008-05-09

Li suas crônicas.
Por título.
Uma a uma.
Seriam 105?
Grande empreitada.
Conhecer o desconhecido.
Como ele se mostra, do que é feito.
Secionar a vida.
Estilhaçar o tempo;
E aí,
Rearrumá-lo, dar forma.
Tornar compreensível?
Até onde irei,
No poliedro sem datas?
Fileiras arrumadas,
Papel com letras, palavras.
Vida vivida, ecos distantes.
Também próximos.
Sentido, da vida.
Toca a Ave Maria.
Lua crescente no céu.
Noite de inverno.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A AVENTURA CONTINUA


EU ESTAVA VIVO
By roner braga padilha – 27/06/2008

Hoje eu acordei.
Percebi que estava vivo.
Fazia frio, e,
Em meio as cobertas,
Enrodilhado,
Senti meu coração batendo.

Tateei as cobertas.
Pernas, braços e complementos,
Funcionando.
Pude ouvir,
Um cachorro latindo,
Galo cantando,
Veículo transitando
E um pássaro gorjeando.

Nas penumbra das cortinas,
Arrisquei a cabeça
Fora das cobertas.
Abri os olhos...
Eu enxergava!!!

Aí, pensei: - Eu pensei!!!!
O computador mental...
Minha alma,
Estava comigo.
A aventura, continuava.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A TORRE


A TORRE

by Roner Braga Padilha

03.março.2008.

Fiquei alí,

Esperando a lua aparecer.

Apenas

Quatro olhos vermelhos

Me fitavam.

O engraçado é comparar,

Lâmpadas com olhos.

Durante o dia, é apenas

Um monte de ferro arrumado.

75 metros de altura. Dizem.

Leva e traz sinais

Por ávidos celulares comunicantes.

À noite,

A imagem é de um ET.

Seu contorno recortado na paisagem,

Acende a imaginação.

Ponto turístico!?

Que digam as autoridades,

que diga o povo.