segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Processo

RECOMEÇAR
By roner braga padilha - década de 90

Eu vivia correndo
Com pressa de chegar
A algum lugar.
Não sabia aonde.
De repente descobri,
Que não chegaria a lugar algum.
Então parei.
E,
Por um longo tempo
Deixei que a vida
Desfilasse prá mim.

Leituras


LINHAS ESPIRITUAIS


By Roner Braga Padilha

Novembro 2007-11-17

            Com a gentileza de sempre, recebi do amigo e membro da Cadeira 34 da Academia Espírito-santense de Letras – Matuzalém Dias de Moura, o livro da Coleção Roberto Almada, em que, merecidamente, se faz um retrato virtual de Virgina Gasparini Tamanini, que ocupou, até 1990, a Cadeira 15 da AEL.
            Meus respeitos a todos e à Autora, mas o “livrinho” me enfeitiçou. Paixão a primeira vista, pelo formato, títulos, cor, tamanho de letras e o conteúdo – ao final -, comparado por mim a uma monografia bem produzida, objetiva, certeira na sua finalidade. E, a simplicidade com que Matusalém, -  responsável pelo estudo crítico -, foi ao ponto que  a autora certamente gostaria de ver retratado ou de ler – “eu contei minha infância...”
            Mas, voltando ao título que concedi a esta crônica, fui presenteado, a pedido meu, por necessidade espiritual, com vários livros de autores capixabas, pela generosidade de Matusalém. Um deles, foi CRONICAS, de José Moysés, 2001, uma parceria da Academia e o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.
            Pois lá, encontro Moysés falando (?) que era uma injustiça, Virginia Tamanini ainda não ser Acadêmica –p. 37. E às páginas 56, falando (?) sobre Carlos Teixeira de Campos.
            Eu tinha um longo feriado e um final de semana inteiro para viver. E foi  minha “viagem” – como diria Márzia Figueira ( quando a jornalista encontrava com a cronista).
            Doutor Moysés, faz referencia ao Livro A ARVORE DA MATA, 1979, de Carlos Teixeira de Campos, quando o Desembargador o homenageava com um soneto às páginas 52. E Eu?
            O mundo espiritual me fez merecedor da Cadeira 11 da Academia Iunense de Letras. O Patrono da Cadeira 11 é Carlos Teixeira de Campos.
            Aí, fui reler A ARVORA DA MATA. E fui reler “Carlos Teixeira de Campos – Vivencia, Grandeza, Resplendor”, de Theomar Jones, 1998, prefaciado pelo (meu) admirado Mestre Renato Pacheco.
            Pois bem, lá, às páginas 19, Theomar faz a referencia que Carlos Teixeira de Campos – então Orador -, fez a Virginia Tamanini, quando a mesma ingressou na AEL. Uma quadrinha inteira, deixando claro, transparente, que a obra de Virginia era a trajetória dos imigrantes, desde sua infância.
            Matusalém, Virginia Tamanini, José Moysés, Theomar Jones, Carlos Teixeira de Campos, Coleção Roberto Almada...Muita coincidência? Pois é.
            Por incrível que pareça, domingo frio, em clima típico do Caparaó – que tanto nos tem feito falta. Tem feito é  calor, abafante, estressante, prá fazer fila em posto de saúde e psiquiatria.
            Mas, vamos de petróleo, porque o capitalismo não tem volta.
            O longo feriado foi-se. Agora, é encarar o dia a dia da semana. Sobrevivi.
            Quem foi para as praias está voltando. Descansados? Novos? Os carros dizem que sim.
            Certamente voltarei aos livros que Matusalém me presenteou.

Linha do Tempo


AGRICULTOR
By roner braga Padilha – dez 2009

O olhar alongado no tempo...
O respeito e parceria
Com os ciclos da natureza.
A perseverança no dia a dia
Vencer a rotina
Ser feliz
Evoluindo no tempo.
O espaço,
É o que planta e colhe.
Num ritual,
Produz vida, vive...
É mestre na espiral do destino...
Evoluem,
Mesmo envelhecendo.
Natureza e ser humano.

sábado, 19 de dezembro de 2009

COPENHAGUE 2009



AQUECIMENTO GLOBAL
By roner braga Padilha – dez 2009.


Copenhague vai rolando,
E na TV mandam que eu compre
Um montão de coisas porque é natal.

Deve ser por causa do aquecimento global.

Senão, prá que pré-sal?

Só faz sentido se a espiral do consumo funcionar.

Não vejo manifestantes,
Pedindo prá viver – tão somente.

Eles – os manifestantes,
Querem a diminuição dos gases da poluição,
Tais quais os plantadores de ilusões do mercado.

Lembro da piada do ilusionista,
Que explicava a diferença entre acreditar e confiar.
Você acredita que ele atravessou a parede
Montado numa bicicleta.
Aí, ele te convida para montar na garupa,
E confiar que os dois vão atravessar também...

domingo, 29 de novembro de 2009

A VISITA




VISITA
By roner braga Padilha – 11/2009
  
Bonita.
Estava num shortinho preto,
Com uma blusa de alça combinando.
Não faltava a bolsa, brincos...
Os cabelos estavam perfeitos.
Chegou ofegante.

Eu estava fora da internet,
Não recebi sua mensagem...:
“Vou a pé”...
Sacrilégio!!!

Do final pro começo,
Foi uma noite maravilhosa.
Eu deveria ter a levada ao shopping?
Ou ao cinema?
Quiosque na praia?

Fui atropelado pelos fatos...
Ela  a pé...Em minha casa...
Com uma sacola de cervejas,
Ofegante e com um astral invejável.
Trouxe até o tira-gosto.

Ela elegante, e eu...que já nem a esperava...
De bermuda e camiseta...
E aí, o papo foi rolando...
Uma cervejinha, um cigarrinho...
Confidências, afirmações, lembranças...
Rolou de tudo...

Deixou a cozinha limpa depois de cozinhar...
Geralmente sou eu que faço...
Um sorriso agradável e limpo no rosto,
Todo o tempo. Cheia de argumentos.
Em nenhum momento pareceu ter pressa.
Éramos dois em um, sem perceber.

Mas, faltava intenção? Preparação?
Rimos do tira-gosto... No final, só eu comí...
Com sono e cansados,
Tivemos que bater em retirada.
Tive o privilégio de levá-la em casa.
Uma bela noite de sábado.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

IDADE DA PEDRA



MEUS DINOSSAUROS
by roner braga padilha
Novembro de 2008

Tenho dinossauros no quintal. Sim!!!
Manja aquelas lagartixas grandes, de cores escuras, sombreadas e com tons de verde ou cinza, dependendo do humor do bicho? Pois é. São minhas (ou minhos?) companheiros (as).
Os bichos são canibais... Quer dizer: comem grilos, borboletas, baratas (só as cabeças), abelhas, mosquitos, tudo que voa ou der bobeira rastejando e tiver proteína...
E comem eles mesmos!
É, os bichos, na hora do “vamo vê”, travam uma luta entre os machos e perde  quem correr primeiro ou, literalmente, perder o rabo...Na mordida. É mole?
É demorado  nascer de novo. Demora, mas nasce e com coloração diferente. O rabo do dinossauro perdedor estará sempre com uma coloração esbranquiçada.
E o vencedor? Vira um “bitelão”. E manda nos limites de seu território, no caso, meu quintal.
Tenho dois perdedores que estão vivos, têm território restrito para caça, e passam sempre ao largo do bitelão. Mas, estão lá esperando sua morte. Sim, pois quanto maior e mais agressivo, mais próximo o bitelão  está do final de seus dias.
E fica aquela cambada ali, subindo e descendo muros, voando ou saltando sobre borboletas e no telhado ou tomando sol... Imóveis.
Seguindo a lei da natureza.
Enquanto houver um bitelão, a vida segue normal. Mas todo mundo querendo a vez de ocupar o posto de manda-chuva de plantão.
Assim que o bitelão morre (e aí tem um mistério; ninguém acha sua carcaça, se a morte for natural), começa a guerra pelo comando. E a luta, recomeça com quem já perdeu o rabo, e, os novos atores, filhotes, que foram crescendo enquanto seus instintos os preparavam para a luta e não eram incomodados, por serem filhotes.
Vida interessante a deles, marcada pelo botão liga-desliga da natureza.
Se forem machos, nascem, crescem, brigam para virar bitelão, procriam então e depois, morrem.
Se são fêmeas, nascem, crescem, chega a hora do vamo vê, procriam, não amamentam, não alimentam e...morrem...
Vida de dinossauro...Vida de lagartixas.
Vai entender...

ENSAIO SOBRE O JOVEM


ENSAIO SOBRE O JOVEM


Outubro de 2008.
by roner braga  padilha


Incrível! Impressionante! Fenomenal!
O que?
O jovem no mundo atual. A partir dos...quatro anos (?), todos são perseguidos pelos negócios. Negócios de todo tipo. De todo tipo...Ideologia? Filosofia? Economia?
Na China, falando três idiomas (?), e fazendo pós-graduação em  direito econômico, a belíssima RU GUO, 24 anos ( VEJA ed. 2073, pgs 135, 13/08/2008), que trabalha em uma transacional, ganha R$ 300,00 (trezentos reais) por mês. E está feliz, pois gasta seu estipêndio (?) num shopingue de Pequim. E anda na moda. E tem crédito, coisa essencial no socialismo de mercado ou no capitalismo.
Diferente dos EUA? Da GB? Do BR? Da África do Sul? Da Nova Zelândia?
O jovem tá na moda. Ele não sabe o que é economia para o dia seguinte, ou o mês, ou o ano ou pra vida. A não ser que trabalhe na bolsa de valores. E daí???
Mas, tem de estar no padrão. Seja lá qual for. Não vale ser diferente. Tem de consumir. Se não, vai fazer o que? Nheém, nhém, nhém??? Tem de viver...É um país de todos...
Viver? E o que é isto? Um emprego público? Um estágio? Um “treinii” numa  multi? Um assentamento? Locutor voluntário? Dirigente de ong? Um micro com crédito e com prestações a pagar?  Ser medíocre como sou? Acreditar em forma de nuvens? Que a água vai acabar? Que o petróleo não é mais necessário? Pááá tchê!!! Óia o Paraguay botando as unhas de fora...Óia a Bolívia botando as unhas de fora... E daí?????
O assunto é o jovem e o padrão, lembra-se? Ah! É padrão, mas tem que ser especializado, treinado, capacitado, yutubizado...... yutubisado?..Customizado...em que? Especializado, lembra-se? Vale uma só especialização, um curso só...Vivência, não! Experiência, não! Cadêê o canudo??? Seqüestrador ou terrorista? Bonzinho ou mauzinho? São especialidades atuais e futuras...Falar firme...Olhar nos olhos...Vestir-se como Deng ou  Barak... E sorrir...
Pois é imbecil!!! Manja a gelatina??? Não????  Manja a geléia??? Não??? Então pitanga, vira sorvete ou suco...Tá na moda...Sorria, você está sendo filmado...Acabou a era rambo...Bem vindo a era 007...Memória de elefante é pouco. E, sorria...

CIÊNCIA



FUTURO: O DURO RECADO DA CIÊNCIA
by roner braga padilha
Outubro de 2008.

            Sou fã de ficção científica. Dia desses, vi um filme sobre robôs e andróides. São máquinas que  já substituem o trabalho humano. No filme, eles substituem os seres humanos. Coisas do mercado e vai por aí.
           
Tipo assim: morreu minha avó... Disque 00037 e peça  uma avó novinha em folha. Com pele artificial e tudo, incluindo as rugas, o cheirinho de vó e, é claro, a destreza e o saber fazer uma broa de fubá, uma carne na lata e até um macarrão com galinha...E os ovos fritos? E a couve refogada, o feijão de caldo grosso, o arroz branquinho enfumaçado, o bolinho de chuva e, se tiver uma geladeira, uma torta de biscoito com pouco açúcar...
           
Mas, no filme, pediram um filho. O filho real estava em coma. A inteligência artificial já havia avançado a ponto de o robô vir com sentimentos.
           
Era um HD evoluído e que se auto-evoluia. Tirando fora os exageros, o guri que estava em coma acordou, e ele  e o robô, sua cópia, passaram a conviver. E virou uma história comovente.
           
O que me tocou e me acendeu, é o fato de estarmos amando mais os animais e as máquinas, as coisas, objetos, ideologias, sistemas, diplomas...que o próprio ser humano...E isto é evolução...Por mais que alguém diga ao contrário...Não é monografia, é intuição...Sinto muito...

            E o filho robô da história? Era um adotado? Obedecia a preceitos religiosos? Aí, parei de pensar, para não pirar, endoidar...

            Pois é...Tô aqui no mundo virtual. A realidade? Bem...Fazer o que? Viver.

            Quero voltar pro lugar onde se pode sonhar...Ainda existe este direito?

MOMENTO JÁ

MOMENTO

By Roner Braga Padilha
Julho de 2007

Tem um momento
nos céus de inverno
do Caparaó,
que é imperdível...
A lua crescente, miúda,
pendurada no poente.
E uma estrela, ou planeta...

E vão brincando.
A lua sobe ou
A estrela desce?
A cada poente é nova esperança.
Fazer igual,
Quem será capaz?

CLAREIRAS

CLAREIRAS
By Roner Braga Padilha
Abril/Out de 2008

Surto de vida,
Momentos de lucidez...!?
Um cipoal de lembranças,
Com clareiras aqui e acolá.
No cipoal, a dor do emaranhado,
As encruzilhadas deixadas...
Na clareira,
A perguntar: por que?

Estive lá antes!!!
Era protagonista.
Agora, na clareira,
Virei personagem.
Da história dos outros.
Vira e mexe,
Lá estou eu
Anos atrás. Protagonista.

No cipoal descobri
Que vivi pelas clareiras.
Meu desastre; viver fugindo?
Sem amarras, sem ancoras?
Pra que porto,
Se tenho um barco?
Minha sorte,
Encalhar na costa? Qual costa?

Uma garrafa,
Com uma mensagem dentro?
Não é...(são?)...clareiras...

SONHOS E ILUSÕES

SONHOS E ILUSÕES
by Roner/outubro 2007

sonhos e ilusões,
eu os tenho visto por aí,
entre frestas de portas entreabertas;
em janelas fechadas,
encrustadas em paredes de madeira sem calefação...
não são raios de luz;
são raios de sombras...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MIDIA MAIS...CONHEÇA...

Newsletter M@M - Edição 37 - 11 de Novembro 2009 - Ano 1


Acusação injusta
Redação Mídia@Mais
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A cortina de silêncio
Percival Puggina

Com apoio de uma grande mídia incapaz de ver a verdade ainda que ela lhe fosse pingada nos olhos como colírio, cerrou-se uma cortina de silêncio sobre o que aconteceu nos últimos 18 anos da vida política e econômica nacional. E uma espécie de Mal de Alzheimer instalou-se na memória do país, afetando a capacidade de análise. Tudo em perfeita cumplicidade com o estelionato através do qual Lula, ao esticar a mão para colher os frutos do laborioso plantio promovido por seus dois antecessores, assumiu como coisa sua o conjunto da obra.
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O passado ainda atual - Reflexões sobre a II Guerra Mundial
Victor Davis Hanson

Podemos aprender muito sobre os dilemas do presente dando uma olhada no passado. Este mês estou dando um curso intensivo sobre a II Guerra Mundial e lembrei-me de como a história nunca é realmente a história. Uma lição: não julgue as decisões passadas com base nas considerações do presente ou na sabedoria post facto de um ponto de vista ocidental, mas entenda-as considerando o conhecimento e pensamento da época, e a partir da perspectiva de um inimigo.
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Ainda boiando
Henrique Dmyterko

Se Melanie Phillips, com seu delicioso humor britânico reproduz afirmação segundo a qual a “teoria do aquecimento global antropogênico (AGA) está a se desintegrar no Mar da Realidade”, o grande público, inclusive - ou especialmente – no Brasil, continua boiando no Mar da Desinformação.
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Afundando rápido
Melanie Phillips

Marc Morano observa que o grande iceberg da teoria do aquecimento global antropogênico (AGA) está a se desintegrar no Mar da Realidade. Fanáticos do AGA estão verdadeiramente em face de um enigma apavorante, um pesadelo. O que fazer para salvar suas reputações e resplandecentes carreiras como cientistas-chefe, presidentes da Royal Society, candidatos presidenciais transformados em ganhadores do Nobel, jornalistas propositores da forca para os céticos, ONGs verdes construtoras de impérios e professores cuja renda e status acadêmico se acumularam por mais de duas décadas de mascateagem do maior golpe anticientífico de todos os tempos e que agora ameaça expô-los todos ao ridículo, numa escala épica, na medida em que as temperaturas globais diminuem?
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Lançamento do livro "Mentira Romântica e Verdade Romanesca" de René Girard
Redação Mídia@Mais

terça-feira, 10 de novembro de 2009

MOEDOR DE CARNE

MOEDOR DE CARNE
by roner braga padilha
Outubro 2008.

O preço da liberdade é a eterna vigilância. Coisa do exército americano (ou francês - inglês?), e copiado pelos latinos e outros mais.

Funciona assim: Você vence a eleição. Muita festa, afagos, extravaso, euforia exagerada...Aí acaba a graça e começa o dever de casa.

Tem de formar o governo. Tem de fazer o plano de verdade. Tem de ocupar os espaços, pois, afinal, você é o Poder Executivo. Arrecada, paga e é o único culpado se alguma coisa não der certo.

Mas, tem mais festa.

É a posse social e posse do espaço físico, recebendo chaves, relatório de gestão e até gente...Essas coisas, manja?

Seja bem-vindo ao purgatório – ou, como diria Rubem Braga, ao inferno -. O moedor de carne está vazio. No primeiro dia de governo, danam a colocar pedaços de tudo nele.

A manivela não gira. Durante seis meses. E tome pedaços no moedor...

Até que a trava que segurava o giro da manivela, do moedor, arrebenta ou é gentilmente retirada.

E todas as paixões humanas, desejos, frustrações, fraquezas, entram em cena.

Acabou a luz. Impera, agora, a escuridão.

Você engole ou é engolido.

EU ESTAVA VIVO

EU ESTAVA VIVO
By roner braga padilha – 27/06/2008

Hoje eu acordei.
Percebi que estava vivo.
Fazia frio, e,
Em meio as cobertas,
Enrodilhado,
Senti meu coração batendo.

Tateei as cobertas.
Pernas, braços e complementos,
Funcionando.
Pude ouvir,
Um cachorro latindo,
Galo cantando,
Veículo transitando
E um pássaro gorjeando.

Nas penumbra das cortinas,
Arrisquei a cabeça
Fora das cobertas.
Abri os olhos...
Eu enxergava!!!

Aí, pensei: - Eu pensei!!!!
O computador mental...
Minha alma,
Estava comigo.
A aventura, continuava.

AVE MARIA

AVE MARIA

By Roner Braga Padilha
Ago 2007

18 horas.
Toca a ave Maria,
No alto-falante,
Da cidadezinha.

É um dia que finda,
Ou a noite que começa?

Melancolia,
Nostalgia,
De não sei o que...

É poético,
Com a linha do horizonte.
Ser, estar,
Um majestoso cenário.

Ter tempo
Para refletir,
Pensar o dia,
Acolher a noite,
Com alegria.

Clique...
Acabou a música.
Volta à realidade
Ficou,
O poente e as estrelas.
É inverno.

Toca a vida.

Academia Brasileira de Letras

Academia Brasileira de Letras

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MEA CULPA

TEORIAS
Teoria Científica!
Teoria Criacionista!
Acho que foi isto que lí na net.
Pois é...
Pela Científica,
sou uma bateria
cuja energia vem do sol, que recebe a sua da galáxia,
que recebe a sua do universo...
Credo!!!
Se eu morrer,
eu desarranjo o universo...
E não tenho nada com isto.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SABOR

OVOS


O SABOR DA CLARA...salgadinha...
O SABOR DA GEMA...gostosinha...
fritas, cozidas, batidas, separadas,
congeladas........
já experimentou,
in natura?

by roner braga padilha - 2008

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

AS SETE MARAVILHAS

AS SETE MARAVILHAS
By roner Braga Padilha – ago 2009


Quer passear comigo?
Andar de pé no chão...
Tem ruas de pedras retangulares,
Outras de hexágonos, pentágonos,
Buracos, calçadas trôpegas...
Há padarias, botecos, lanchonetes,
Salões de beleza, borracharias...
Mas a gente vai seguindo;
Farmácias, confecções, sorveterias.
Justiça, executivo, legislativo.
Bancos, barbearias, combustíveis,
Loterias, celulares, geladeiras e TV...
E a gente vai seguindo.
Oficinas, hospital, casarões,
Hotéis, atacados, escolas e prisões.
E a gente vai seguindo.
Eu quero te mostrar a paisagem,
Os horizontes que há.
São de vários matizes:
Podem ser verdes, azuis,
Infinitas, minúsculas, avoantes,
Coloridas, recortadas, deslizantes.
Quero te fazer ouvir o silencio
Ao por do sol.
E a barulhada ao nascer.
Sentir o frio da madrugada.
Admirar as corredeiras,
Seguindo serras e montanhas,
Pulando ou circulando crateras,
Ou correndo mansa nas baixadas.
E depois de tudo, se você,
Ainda disser que não me ama,
Não importa...
Você aprendeu amar minha terra!


Roner é Secretário e membro da Academia Iunense de Letras.

domingo, 26 de julho de 2009

IMPRENSA E LIBERDADE?


IMPRENSA E ALFABETO
By Roner Braga Padilha
Fev 2008.

Um artigo do jornalista J.R.Guzzo, em VEJA de 13.02.08, chamou-me a atenção.

Trata-se de uma traquinagem intelectual versando sobre a necessidade ou não da imprensa, culminando, a meu sentido, com a desnecessidade do alfabeto.

Vislumbrei, no entanto, no mesmo artigo – e inúmeros outros já publicados sobre o assunto , que o Presidente do Brasil só gosta de imprensa a favor. Não só ele. Temos até governadores, que na onda do otimismo exacerbado e que “meu governo é o máximo”, vem virando a cara para esparsas, porém críticas em nome da liberdade de expressão.

È um lema tipo “imprensa mas sem imprensar”. Substantivo feminino e verbo transitivo. Direto ou indireto? Entendeu? Pra que? Lê a VEJA que eu quase estou plagiando.

O gosto pelos elogios, é a marca registrada do Comandante em Chefe, que se auto-elogia quando sente falta dos holofotes. E aí não importa se é Chefe federal, estadual ou municipal. O federal, precisa ser estudado, esmiuçado, esquadrinhado por mestres e phd’s, já que sua popularidade desafia vento em biruta de aeroporto.

Mal comparando, temos Comandante em Chefe também no Caparaó. A imprensa e o alfabeto que servem a estes, e os que lhe são subservientes, fazem e praticam apenas a lógica do mercado capitalista-socialista-chines, e satisfazem suas entranhas intelectuais apenas pela subserviência e ôba-ôba.

A liberdade de expressão, não vale para as letras impressas nem para as palavras ao vento(mesmo que gravadas – por A ou B, de lá ou acolá).

Sou minha estampa sorrindo em público e dedilhando o ar quando discurso. Viva todo mundo!!! Este é o meu discurso nos fóruns. Dane-se todo mundo - esta é minha prática intelectual com a liberdade de expressão, já que nem todas as telhas de meu telhado condizem com a prática recomendada. Na China, daria pena de morte – o trato com a coisa pública(eles divulgam isto e não divulgam aquilo...liberdade de expressão).

Mas, numa coisa o Jornalista de VEJA tem minhas as razões: a imprensa não acabará antes de 2010. E alguma coisa de ética, democracia, liberdade, há de ficar. Seja no seu sufocante e doloroso praticar, seja na omissão das inúmeras armadilhas do pão e circo.

Quem sabe até o povo venha a impor a liberdade de expressão? Impô-las?

Nem que seja impondo a reeleição!? Há, Há, Há...Quem viver verá...

segunda-feira, 13 de julho de 2009


Educação – Padronização – Sem Revisão

Tenho uma teoria, que acho que (bom a repetição), sou o primeiro a escrever. Estas coisas, não ficam sem serem divulgadas. Com a fome que a mídia hoje tem, por qualquer vintém já teria sido publicada. A troca de cocada.
Você pega o conceito de Deus, e o imagina como sendo luz universal, conhecimento universal, força invisível universal. Para os internautas, sugiro imaginar Deus, como o ilimitado mundo virtual que alimenta a si mesmo, independente de “nobreak”. O virtual que é “hard” e “software”, pois evoluiu por si e é arquivo de si mesmo. Putisgrila! Tôu copiando o estilo Érico Veríssimo!!!
Pois a globalização ou educação é isto. Todos somos um “baite” da luz e conhecimento universal. Ai saímos do barrigão, crescemos e morremos. Grande porcaria. Que baixaria. Nem uma evoluçãozinha? Nem uma melhoradinha?
Teorias têm mil. Religiões idem. Evolução, revolução, globalização, modernização, atualização, é só na televisão? Ainda criticam a “rede”, única virtude e orgulho nacional. Uau!!! To copiando o Jô! Que arrouba a Globo Ponto Com.
Recordei-me dos tempos de USP, quando por uma disputa, num curso de liderança, ocorrido no ES, depois de passar no crivo em Vitória e Cachoeiro, fui Pará em São Paulo.
Na Fundação Padre Anchieta,estudei filosofia, política e concertei o Brasil da época, junto com gaúchos, catarinenses, paranaenses, paulistas, cariocas, mineiros, baianos, cearenses e alagoanos. Era tudo uma grande quimera. Saímos anunciando uma nova era. A era da luz e do conhecimento. A revolução interior. Evolução. Universalização.
Agora no ano 2000, ouvi dizer que tão querendo trazer nestas plagas, o parapsicólogo Quevedo, vulgo Padre Quevedo. Brincadeira é dizer que ele só vem se tiver no mínimo cem. Ou duzentas ovelhas da Patuléia. Ops! Tôu copiando o Élio Gáspari, mas é de morrer de rir!
O Quevedo eu conheci em São Paulo, naqueles anos de estudo. O cara é uma ligação. Se eu fosse os organizadores, fazia a coisa é pra toda a região. Botava o homen num morrão, de microfone sem fio na mão, plugado no maior sonzão, sem barulhão. Coisa de primeira. Ia ser uma doideira. Melhor que festival de música. Parapsicologava todo mundo.
Quevedo pra lá, Quevedo pra cá, talvez a gente ia se liberta. Ou se ilumina. Sei lá! Vai entender essa paralisia, esta agonia, esta monotonia. Este cinismo. Esta enganação. E a indisciplina?
Peraí! O assunto não era EDUCAÇÃO? Era! Mas agora estou no Triângulo das Bermudas, lembrando de quando fiz um trabalho de energia solar. Bons tempos. O Maquiavel, a gente comia com mel. Nossa preocupação era com a poluição. Bons tempos.
Olha a fumaça branca no ar. É o tal de secador, ou buzinador? Ou despertador? Mas, o que fazer? É pagar pra ver. Olha a explosão do rojão e do morteiro arteiro.
O beija-flor acordou na siriguela. Ouvi seu primeiro canto do dia. A CBN, falava do ACM, FHC, Garotinho, Luiz Estevão, planos de segurança, aumentos de planos de saúde, AIDS, libertadores... Êta nóis aqui “ainda” no interior!!!

Roner Braga Padilha
Junho de 2000

terça-feira, 30 de junho de 2009

MULHER


SOBRE UMA MULHER
By roner julho 2008


Você chega
E não ocupa espaço...
Você preenche.
É fêmea, feminina.
É competente,
Sem farsas inúteis,
Firulas, penduricalhos.
Seus cabelos, olhos,
Olhar furtivo ou direto.
Suas pernas,
Seu andar,
De mulher. Fêmea.
Independente.

É bonita,
Para os padrões de gisele...
Atraente, sensual.
Instiga a imaginação.
Atrai a convivência,
A dois.
Gostei de sua voz.
Pronunciando meu nome.
Como chegar até você?

Sai do pedestal...
Já te vi na intimidade,
E você nem sabe...
Ou sabe?
Foi provocação?
Funcionou...
Me apaixonei.
E agora, vivo a sonhar.
Pois é...
E ainda não é dezembro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

RAICAIS


RAICAIS – HAIKAIS

By Roner Braga Padilha

12/2007 – 08/2008

Já sentiu o perfume

De uma única for de maracujá?

Morrer por um raio

É morrer pela mão de Deus!

Trovão, relâmpago e tempestade,

Ainda amedronta a humanidade?

Às vezes eu fico assim,

Juntinho de Deus,

Porque tô morrendo de medo!!!

Já escreveram tudo!

Prá que escrever?

É melhor ler!

Cheiro de lixo em Iúna,

Sopra o vento sul.

A chuva tornou cristalino o ar,

Que o torrador de café teima em manchar.

Pessoas sem passado,

São pessoas que não tiveram passado

Ou não fizeram diferença?

Ignorância mata! Eu morri.

O problema é nascer de novo.

Canta o galo na madrugada:

- “socoorroooooooooooooo!!!!!!!”.

Uiva o cachorro, sem lua:

- “auuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!”.

O morcego sibila,

E me erra.....

terça-feira, 9 de junho de 2009

POEMA COLEIRO


O CANTO DO COLEIRO
By Roner Braga Padilha
02.03.2008

O coleiro voltou.
Ele nasceu aqui em casa.
Eu o tive nas mãos.
Ainda sem saber voar,
Num entardecer ele perdeu-se no chão.
À noite tem gato, tem coruja e
Pela manhã as lagartixas verdes.

Lutei com ele e por ele.
Não sossegava no abrigo.
Era uma gaiola sem porta,
Sem parte do telhado e laterais.
Uma gaiola ecológica.
Cobri com jornais.
Passou a noite.
De manhã os pais apareceram...
Ele, filhote, já tinha escapado.
E os pais o alimentavam.
Depois sumiram.

No entanto percebi
Que uma vez por ano,
O coleiro volta e canta.
Canta chamando coleira.
No meu quintal.
Então acasalam.
E os filhotes...?
Voltam uma vez por ano?

sábado, 6 de junho de 2009


BOM DIA MEU AMIGO
by Roner Braga Padilha
setembro de 2008



Bom dia meu amigo.
Hoje, acordei, como sempre, às duas da manhã.
Mas, estava tudo diferente.
Chegou a primavera.
A garrinchinha cantava e fazia estripulia no telhado.
Às quatro horas da manhã.
O pardal solteiro, sozinho e solitário,
Chamava o bando ou a pardalesa (?), a pardoca (?), às cinco horas.
Até as andorinhas deram as caras.
Só os canários da terra continuavam preguiçosos.
Só dão as caras depois das sete horas.
Mas a primavera chegou.
E eu lembrei de você.
Lembrei do longo inverno, tão curto no tempo.
Ainda era verão, mas a alma estava gelada.
E apareceu você, igual a uma carreta com 18 pneus.
De morro abaixo. Desgovernada. Com dois tanques.
De gasolina? De aviação? De querosene? De ácido?
No final da descida, ela tombou. Capotou.
Guinchava como nos filmes? Guinchava?
Ferros no asfalto, no chão, pelas pedras. Se arrastando.
Arrastando o que encontrou pela frente.
Trombou, foi trombada, até parar.
E derramou seu conteúdo. Foi se esparramando.
Bastava uma fagulha, um lume, faisquinha.
Incendiou. Explodiu. Queimou. Até virar cinza.
Não sobrou nada. Até a fumaça acabou. Ninguém se importou.
Mas você estava lá assistindo. Viu tudo.
E saiu por ali buscando, no rescaldo...
Cadê a última brasa, um foguinho frio, um chiste vermelho?
Acabou...? Assim...? Não sobrou nada...?
Talvez.
Agora, com a primavera, pensei...
Sou uma tundra...

sexta-feira, 5 de junho de 2009


SENTIDO DA VIDA

By Roner
Mai 2008-05-09

Li suas crônicas.
Por título.
Uma a uma.
Seriam 105?
Grande empreitada.
Conhecer o desconhecido.
Como ele se mostra, do que é feito.
Secionar a vida.
Estilhaçar o tempo;
E aí,
Rearrumá-lo, dar forma.
Tornar compreensível?
Até onde irei,
No poliedro sem datas?
Fileiras arrumadas,
Papel com letras, palavras.
Vida vivida, ecos distantes.
Também próximos.
Sentido, da vida.
Toca a Ave Maria.
Lua crescente no céu.
Noite de inverno.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A AVENTURA CONTINUA


EU ESTAVA VIVO
By roner braga padilha – 27/06/2008

Hoje eu acordei.
Percebi que estava vivo.
Fazia frio, e,
Em meio as cobertas,
Enrodilhado,
Senti meu coração batendo.

Tateei as cobertas.
Pernas, braços e complementos,
Funcionando.
Pude ouvir,
Um cachorro latindo,
Galo cantando,
Veículo transitando
E um pássaro gorjeando.

Nas penumbra das cortinas,
Arrisquei a cabeça
Fora das cobertas.
Abri os olhos...
Eu enxergava!!!

Aí, pensei: - Eu pensei!!!!
O computador mental...
Minha alma,
Estava comigo.
A aventura, continuava.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A TORRE


A TORRE

by Roner Braga Padilha

03.março.2008.

Fiquei alí,

Esperando a lua aparecer.

Apenas

Quatro olhos vermelhos

Me fitavam.

O engraçado é comparar,

Lâmpadas com olhos.

Durante o dia, é apenas

Um monte de ferro arrumado.

75 metros de altura. Dizem.

Leva e traz sinais

Por ávidos celulares comunicantes.

À noite,

A imagem é de um ET.

Seu contorno recortado na paisagem,

Acende a imaginação.

Ponto turístico!?

Que digam as autoridades,

que diga o povo.

domingo, 31 de maio de 2009

ENTERRO


ENTERRO
by roner out 2008

Custei a perceber.
Eu carregava meu caixão.
De defunto... Enterro e essas coisas...
Mas...
Não estava sozinho.
Era uma caminhada...
Filas separadas...
Tudo organizado... Até internet...
Cada qual...
Ia...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

CRONICA


AVENTURAS NA SERRINHA

by roner braga padilha

Novembro de 2008.

Descobri a Serrinha, em Iuna, ainda na década de 1980. Quem falava de suas qualidades, suas belezas e maravilhosas paisagens, era o Véti Silveira. Pois é.

Mas, vou contar uma aventura que aconteceu já na década de 1990, quando nosso grupo – GIAAN –Grupo Iunense de Amigos do Ambiente Natural, ajudou a colocar em prática o Projeto EARC – Ecologistas em Ação na Região do Caparaó, iniciativa da ONG – Amar Caparaó.

Pra fazer o que? Plantar mudas de árvores. Havia ingazeiros, jacarandás, braúnas, perobas, abacateiros, jaqueiras, laranjeiras, limoeiros, goiabeiras, pau ferro, pau d’álho, aroeiras e sei lá...Não lembro mais. Tenho os registros, as fotos, as filmagens. E minha memória...He! He! He!

Mas, qual a aventura? Pois é. Fomos acampar na Serrinha, na base do Pico Bela Vista – Colossus. Todo mundo enfiando a mão no próprio bolso. Plantar árvores era coisa de maluco. Até o proprietário, que aceitou que acampássemos em suas terras, assim pensava. Mas nada tinha a perder e, além disso, era (?) um grande gozador e bom de papo. Além de nos receber com fino trato, nos pregou uma grande peça.

Chegamos com a tralha, armamos barracas, assamos banana e batata na brasa, curtimos o céu noturno (lá não tinha energia elétrica), e o visual do Caparaó e, no dia seguinte, saímos a plantar as mudas de árvores possíveis. Foram mais de cem. No sábado.

Domingo, ficou reservado para conhecer a propriedade e quem quisesse subir o Pico Belo Vista – Colossus. Engatamos uma caminhada ecológica e fomos apresentados a uma castanheira, cujos frutos espalhavam-se pelo chão. A propriedade era um mar de pedras. Bastava pegar uma, quebrar a castanha e saborear o miolo. Delicioso!!! Todo mundo encheu a pança.

E fomos ainda visitar nascentes, conhecer árvores antigas, sentir cheiro da mata, ouvir pássaros, curtir a paisagem (magnífica) e tirar fotos.

Na volta, já no acampamento, rolou até uma lei seca com castanha. Era noite. E o proprietário, rindo, dando gargalhadas sem sentido...

E a gente sendo educado. E um incômodo estomacal tirando a gente do sério...

Até que ele soltou a maldita verdade: A castanha provocava, piriri, diarréia...caganeiram est...Diriam os gregos? 1ª declinação regular?

E deu no que deu. A noite foi testemunha, apesar do visual do céu. Ninguém dormiu e contribuiu com o sulfeto de hidrogênio (?), para destruir a camada de ozônio. Coisa de ecologista.

Mas, foi nosso acampamento mais lembrado e comentado. Até hoje.

POESIA

AVE MARIA

By Roner Braga Padilha

Ago 2007

18 horas.

Toca a ave Maria,

No alto-falante,

Da cidadezinha.

É um dia que finda,

Ou a noite que começa?

Melancolia,

Nostalgia,

De não sei o que...

É poético,

Com a linha do horizonte.

Ser, estar,

Um majestoso cenário.

Ter tempo

Para refletir,

Pensar o dia,

Acolher a noite,

Com alegria.

Clique...

Acabou a música.

Volta à realidade

Ficou,

O poente e as estrelas.

É inverno.

Toca a vida.

RAICAI

AOS AMIGOS

By Roner

Maio 2008-05-15

Praia rasa

Quando a maré baixa,

A areia,

Fica cheia de ondas.

Assim estão as nuvens,

No entardecer do Caparaó.

E avermellhadas.

Noite de inverno.

POEMINHA

SONHOS E ILUSÕES

by Roner/outubro 2007

sonhos e ilusões,

eu os tenho visto por aí,

entre frestas de portas entreabertas;

em janelas fechadas,

encrustadas em paredes de madeira sem calefação...

não são raios de luz;

são raios de sombras...

REFLEXÃO

REFLEXÃO
By Roner
Agosto de 2008.

Há momentos
em que a poesia dá lugar à dor.
Há momentos
em que a história finda
e permanecem os escritores vivos.
Há momentos
que toda nossa grandeza
curva-se aos mistérios universais.
Entre os vivos,
há os que iniciam
uma caminhada de arrependimento.
Há os que bendizem ao universo
o fim de uma provação.
Há os que se embrutecem
na selvageria do dia a dia,
pois são sobreviventes.
Há os que apagam a luz da vela,
por não acreditarem no lume.
Há os que por amor,
continuam a ser
mensageiros da paz e esperança.
A morte,
no fim das realidades,
no rompimento com a vida,
Continua sendo
nosso único elo com Deus.
O grande mistério.

OS LIVRINHOS

OS LIVRINHOS

Roner Braga Padilha
28.02.2008-02-28


Estava há tempos sem um bom motivo para escrever. Há procura da não redundância ou de apenas rebater a crítica da mídia.
O gostoso, foi sentir a motivação ir crescendo, no vai e vem de decisões individuais – dos outros, ora econômicas, ora de tempo, alguns até por falta de motivação, acredito.
Falo da coleção de livrinhos “AMPHILÓPHIO DE OLIVEIRA”, que num movimento ousado, inédito, corajoso, de puro idealismo, a Academia Iunense de Letras resolveu abraçar. Pensou em 2007, planejou para 2008, junto com outras iniciativas, incluindo a entrega do Diploma dos Acadêmicos.
E chega de lero-lero porque quero falar é dos fatos humanos que vivenciei, com que me envolvi e até me humanizei, pois atingiram minhas próprias lembranças e andanças pelo planeta Terra. E as fofocas, claro.
A questão financeira parecia superada na reunião onde a empolgação e euforia de sempre, superou a razão; todos os presentes iriam pagar e publicar seus livrinhos. Eu seria o receptor dos originais dos sonhos e lembranças, com a difícil e quase impossível tarefa de “dar uma olhadinha, prá ver se táva tudo certo, tudo legal”. Leia-se fazer correções. Cruz credo! Passei longe e passei perto! No máximo colocar uma letra perneta que faltava alhures?
Tempo correndo e nada. Ninguém escancarava o ar da graça ou dava pelo menos um alo dizendo: “-Tô escrevendo! Tá no forno! Tá indo!”. Nada!!!. Sumiu todo mundo, misturados ao natal, ano novo e carnaval. Sim senhor e senhora. E depois? Nada!!! Só os abnegados (meia-dúzia de dois ou três).
Mas o milagre veio. Quem não ia fazer por falta de tempo, foi o primeiro a entregar e a ficar lambendo a própria cria.
E num conta gotas enervante, veio caindo do céu os livrinhos que seriam publicados.
Li um a um.
Tive o privilégio de ver obra e o autor, no tempo e no espaço, com suas verdades, seus sonhos, histórias e fantasias. Todos os livrinhos me emocionaram, me fizeram refletir e, espero, crescer como pessoa, fruto dessa experiência ímpar.
Entregá-los na gráfica, esperar as provas, as mudanças que o autor resolveu na hora que já não existia (última hora?), e o que faltava na coleção veio na manhã seguinte (veio?). Tudo aprendizado. O inesperado (que só tem graça se vira estória depois). Na hora, o inesperado é de lascar.
Livrinhos prontos e entregues. Agora criam asas, pneus, pernas, mãos, estafetas, têm o direito de andarem por aí contando um pouco de cada um de nós.
Literatura Iunense, sim senhor e senhora. Uma obra coletiva.
História da Academia Iunense de Letras.