domingo, 31 de maio de 2009

ENTERRO


ENTERRO
by roner out 2008

Custei a perceber.
Eu carregava meu caixão.
De defunto... Enterro e essas coisas...
Mas...
Não estava sozinho.
Era uma caminhada...
Filas separadas...
Tudo organizado... Até internet...
Cada qual...
Ia...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

CRONICA


AVENTURAS NA SERRINHA

by roner braga padilha

Novembro de 2008.

Descobri a Serrinha, em Iuna, ainda na década de 1980. Quem falava de suas qualidades, suas belezas e maravilhosas paisagens, era o Véti Silveira. Pois é.

Mas, vou contar uma aventura que aconteceu já na década de 1990, quando nosso grupo – GIAAN –Grupo Iunense de Amigos do Ambiente Natural, ajudou a colocar em prática o Projeto EARC – Ecologistas em Ação na Região do Caparaó, iniciativa da ONG – Amar Caparaó.

Pra fazer o que? Plantar mudas de árvores. Havia ingazeiros, jacarandás, braúnas, perobas, abacateiros, jaqueiras, laranjeiras, limoeiros, goiabeiras, pau ferro, pau d’álho, aroeiras e sei lá...Não lembro mais. Tenho os registros, as fotos, as filmagens. E minha memória...He! He! He!

Mas, qual a aventura? Pois é. Fomos acampar na Serrinha, na base do Pico Bela Vista – Colossus. Todo mundo enfiando a mão no próprio bolso. Plantar árvores era coisa de maluco. Até o proprietário, que aceitou que acampássemos em suas terras, assim pensava. Mas nada tinha a perder e, além disso, era (?) um grande gozador e bom de papo. Além de nos receber com fino trato, nos pregou uma grande peça.

Chegamos com a tralha, armamos barracas, assamos banana e batata na brasa, curtimos o céu noturno (lá não tinha energia elétrica), e o visual do Caparaó e, no dia seguinte, saímos a plantar as mudas de árvores possíveis. Foram mais de cem. No sábado.

Domingo, ficou reservado para conhecer a propriedade e quem quisesse subir o Pico Belo Vista – Colossus. Engatamos uma caminhada ecológica e fomos apresentados a uma castanheira, cujos frutos espalhavam-se pelo chão. A propriedade era um mar de pedras. Bastava pegar uma, quebrar a castanha e saborear o miolo. Delicioso!!! Todo mundo encheu a pança.

E fomos ainda visitar nascentes, conhecer árvores antigas, sentir cheiro da mata, ouvir pássaros, curtir a paisagem (magnífica) e tirar fotos.

Na volta, já no acampamento, rolou até uma lei seca com castanha. Era noite. E o proprietário, rindo, dando gargalhadas sem sentido...

E a gente sendo educado. E um incômodo estomacal tirando a gente do sério...

Até que ele soltou a maldita verdade: A castanha provocava, piriri, diarréia...caganeiram est...Diriam os gregos? 1ª declinação regular?

E deu no que deu. A noite foi testemunha, apesar do visual do céu. Ninguém dormiu e contribuiu com o sulfeto de hidrogênio (?), para destruir a camada de ozônio. Coisa de ecologista.

Mas, foi nosso acampamento mais lembrado e comentado. Até hoje.

POESIA

AVE MARIA

By Roner Braga Padilha

Ago 2007

18 horas.

Toca a ave Maria,

No alto-falante,

Da cidadezinha.

É um dia que finda,

Ou a noite que começa?

Melancolia,

Nostalgia,

De não sei o que...

É poético,

Com a linha do horizonte.

Ser, estar,

Um majestoso cenário.

Ter tempo

Para refletir,

Pensar o dia,

Acolher a noite,

Com alegria.

Clique...

Acabou a música.

Volta à realidade

Ficou,

O poente e as estrelas.

É inverno.

Toca a vida.

RAICAI

AOS AMIGOS

By Roner

Maio 2008-05-15

Praia rasa

Quando a maré baixa,

A areia,

Fica cheia de ondas.

Assim estão as nuvens,

No entardecer do Caparaó.

E avermellhadas.

Noite de inverno.

POEMINHA

SONHOS E ILUSÕES

by Roner/outubro 2007

sonhos e ilusões,

eu os tenho visto por aí,

entre frestas de portas entreabertas;

em janelas fechadas,

encrustadas em paredes de madeira sem calefação...

não são raios de luz;

são raios de sombras...

REFLEXÃO

REFLEXÃO
By Roner
Agosto de 2008.

Há momentos
em que a poesia dá lugar à dor.
Há momentos
em que a história finda
e permanecem os escritores vivos.
Há momentos
que toda nossa grandeza
curva-se aos mistérios universais.
Entre os vivos,
há os que iniciam
uma caminhada de arrependimento.
Há os que bendizem ao universo
o fim de uma provação.
Há os que se embrutecem
na selvageria do dia a dia,
pois são sobreviventes.
Há os que apagam a luz da vela,
por não acreditarem no lume.
Há os que por amor,
continuam a ser
mensageiros da paz e esperança.
A morte,
no fim das realidades,
no rompimento com a vida,
Continua sendo
nosso único elo com Deus.
O grande mistério.

OS LIVRINHOS

OS LIVRINHOS

Roner Braga Padilha
28.02.2008-02-28


Estava há tempos sem um bom motivo para escrever. Há procura da não redundância ou de apenas rebater a crítica da mídia.
O gostoso, foi sentir a motivação ir crescendo, no vai e vem de decisões individuais – dos outros, ora econômicas, ora de tempo, alguns até por falta de motivação, acredito.
Falo da coleção de livrinhos “AMPHILÓPHIO DE OLIVEIRA”, que num movimento ousado, inédito, corajoso, de puro idealismo, a Academia Iunense de Letras resolveu abraçar. Pensou em 2007, planejou para 2008, junto com outras iniciativas, incluindo a entrega do Diploma dos Acadêmicos.
E chega de lero-lero porque quero falar é dos fatos humanos que vivenciei, com que me envolvi e até me humanizei, pois atingiram minhas próprias lembranças e andanças pelo planeta Terra. E as fofocas, claro.
A questão financeira parecia superada na reunião onde a empolgação e euforia de sempre, superou a razão; todos os presentes iriam pagar e publicar seus livrinhos. Eu seria o receptor dos originais dos sonhos e lembranças, com a difícil e quase impossível tarefa de “dar uma olhadinha, prá ver se táva tudo certo, tudo legal”. Leia-se fazer correções. Cruz credo! Passei longe e passei perto! No máximo colocar uma letra perneta que faltava alhures?
Tempo correndo e nada. Ninguém escancarava o ar da graça ou dava pelo menos um alo dizendo: “-Tô escrevendo! Tá no forno! Tá indo!”. Nada!!!. Sumiu todo mundo, misturados ao natal, ano novo e carnaval. Sim senhor e senhora. E depois? Nada!!! Só os abnegados (meia-dúzia de dois ou três).
Mas o milagre veio. Quem não ia fazer por falta de tempo, foi o primeiro a entregar e a ficar lambendo a própria cria.
E num conta gotas enervante, veio caindo do céu os livrinhos que seriam publicados.
Li um a um.
Tive o privilégio de ver obra e o autor, no tempo e no espaço, com suas verdades, seus sonhos, histórias e fantasias. Todos os livrinhos me emocionaram, me fizeram refletir e, espero, crescer como pessoa, fruto dessa experiência ímpar.
Entregá-los na gráfica, esperar as provas, as mudanças que o autor resolveu na hora que já não existia (última hora?), e o que faltava na coleção veio na manhã seguinte (veio?). Tudo aprendizado. O inesperado (que só tem graça se vira estória depois). Na hora, o inesperado é de lascar.
Livrinhos prontos e entregues. Agora criam asas, pneus, pernas, mãos, estafetas, têm o direito de andarem por aí contando um pouco de cada um de nós.
Literatura Iunense, sim senhor e senhora. Uma obra coletiva.
História da Academia Iunense de Letras.

CRONICA

VOU TIRAR FÉRIAS

By roner Braga Padilha - 2008

Tive o privilégio, pelas questões processuais da vida, de tirar (?), sair (?), gozar (?) férias. É bom demais. Ainda por questões processuais, muito antes precisei decidir qual veículo usaria. Optei pelo menos chamativo. Modelo simples, conhecido como popular. A bagagem não caberia nele. Como fazer? Duas ou três viagens? E afinal, para onde eu iria?

Eu vinha acumulando milhagens em meus cartões de crédito. Mas aí, teria de optar por uso de avião. Deixaria o veículo no aeroporto? Iria no popular ou usaria o top de linha? Bem, para chegar em aeroporto teria de ser o top de linha. Faz parte do processo. Fazer o que?

Mas afinal, para onde eu vou? E o período que escolhi... Tem feriados? Se tiver, saio no prejuízo... Será que este ano vai ser chuvoso? Se não usar avião, vou pelo chão...Mas para onde? Será que ainda tem casa para alugar? Ir ao mesmo point? E a galera? Uma casa com garage para dois carros ou apartamento com duas vagas? Perto ou longe do oceano? Aliás...Vou novamente para o oceano ou suas vizinhanças?

Falar nisso, tem o lance de alugar carros... Uma van? Eu guio ou dirijo ou alugo com motorista e o resto? Tem seguro incluído...

Falar naquilo, e o carro novo? Ainda não decidi o modelo... Mais um ou troco em um dos meus? Total flex? Não, isso ainda é coisa de pobre... O que vale é a chegada... O porte... A silhueta... O espaço que preenche... A cor... As letras e o número da placa... Tá na hora de pensar em um motorista... Saltar pela traseira e estas coisas...

Mas afinal, e minhas férias? Para onde vou? Um (risort)? , (resort)? , na costa nordestina? Volta o uso do avião... Alugar carro... Consultar uma agência de viagens pode ser o correto, mais light, mais chic... Ficar ali na sala refrigerada, com chá, café, biscoitos ou então um “uisquinho” com... E daí? O negócio e olhar aquele mar de fotografias, imagens no computador e essas coisas... On-line diz minha atendente, vejo tudo que se passa... Que passa? Que se passa hombre????????? Muher???????????

Ainda não sei falar inglês, nem espanhol...Que vergonha...Como puesso chegar in fronteira argentina e perguntar - Onde fica a Bolívia? Certamente vão me mandar para o Canal de “Bígól”...Imagine...Eu perdido naquela floresta....Índios e coisa e tal...

Tem que levar dólar, real ou pesos pesados? Talvez euros? Acorda imbecil!!!! São férias...Não é sessão de tortura nas florestas dos seqüestradores...Tira a América do Sul...Caribe? Central? Cuba? Haiti? Droga, esta falta de opção me desagrada... Deixa-me estressado.

Afinal, são férias, e não tortura nas selvas amazônicas... Colombianas... Paraguaias...Ou brasilenas... Quem sabe os EUA ainda são mais seguros? Não interessa!!!!!!!! Meu problema é meu carro!!!!!!

Mas, não sou pastor, sou ovelha. Então, o que importa são as férias: - deixar esse galo que late pra trás; deixar o cachorro que cacareja, pra trás; o pardal que cruza com o canário (coróia?); as andorinhas que não fazem verão; rolinhas que não rolam, bem-te-vis cegos e coleiros mudos. Sabiás de gaiola...

Rir? Só do caga-sêbo, relinchando como um cavalo.

De sério, só as férias.

CRONICAS

AO AMIGO

By Roner Braga Padilha
Abril 2008.


Se for procurar
Entre escritores, filósofos,
Vai encontrar. Tudo está escrito!
Repetimos versos, poemas, poesias...?
Escrevemos a história, repetindo,
Acrescentando a tecnologia...
Informação é enchente!

E daí?
Daí que eu estava ali,
Com minha finitude,
Sem horizontes, sem esperanças.
Por linhas entrelaçadas,
No mundo invisível das energias,
Pude ser contatado por ele.
Um amigo no invisível,
Na desesperança, no nada.
Na troca de energia,
Experimentei o otimismo,
Saboreei o compartilhar,
Acreditei em recomeços, rumos...

E daí?
Daí que sou um sobrevivente,
Com chances perdidas e encontradas.
Não quis ser original,
Mas, do meu modo,
Agradecer ao amigo.
Obrigado até onde chegamos.
Até onde cheguei.

HOMENAGEM AO PRÍNCIPE

AVENTURAS EM SÃO JOÃO DO PRÍNCIPE

By roner braga padilha

Outubro de 2008

Eu não conhecia o lugar. Aliás, lugar é maneira de dizer. Já estávamos subindo morro, ladeira, pirinéu, precipícios, havia umas três horas, no meio das nuvens...E molhados.

- Ta chegando? – Indaguei mais uma vez, já de saco cheio de tanto ouvir...- Tááááá´!!! É logo ali depois da próxima subida, na segunda curva...Respondiam...

- Ta chegando?....- Tááááááá!!!!, Respondeu a cambada que me guiava. Sim, eu estava sendo guiado rumo ao alto da Montanha Sagrada do Brasil – Caparaó, pelo lado de São João do Príncipe, município de Iuna, ES, nos idos de 1985. Mês de agosto.

O que me tranqüilizava, era um mapa completo da montanha e região, uma bússola e uma lanterna que prudentemente eu sempre levava, neste tipo de aventura.

Fora, é lógico, a carne de porco na lata, o fogareiro e um garrafão de “Lei Seca”. E a barraca e o resto da tralha, incluindo os miogim e um radin de pia...

Era fim de inverno. E no alto da montanha, você está dentro da nuvem...Cerração... Garoa insistente...Ventos atravessados, arredondados, cortantes, de todo tipo...E frio...Muito frio...Já havia anoitecido.

Mas...- Tá chegando!!!!!!! Chegamos!!!!!!!

Chegamos num pequeno platô. Sim. Ou voltávamos ou caíamos pro centro da Terra...À direita e à esquerda...Enxergar ?, Só dois metros à frente.

- É a esquerda !!! Gritaram os Guias...Abri o mapa, calculei o desvio magnético (?), assentei a bússola e depois de obter luz com minha lanterninha, fiz a leitura e disse com voz solene (?), titubeante (?): - É em frente, temos ainda duzentos e cinqüenta metros para subir...

E o coro de Guias respondeu: - Ta maluco??? Pra frente é um precipício!!! Respondi então: - Meu mapa e minha bússola dizem que não...

Resultado: Entre o precipício deles e o meu, preferimos acampar e consumir a carne e a “Lei Seca”. E esperar o dia amanhecer. Mas aí, já é outra história.



domingo, 24 de maio de 2009

DIA DAS MÃES

FELIZ DIA DAS MÃES By roner Braga Padilha Maio de 2009.

Você chegou de mansinho, sem avisar.

E trouxe carinho;

E trouxe atenção.

Mudou o que precisava;

Falou o que desejava;

Plantou esperança;

Passeou aqui e acolá.

Visitou seus filhos,

E até seu ex.

Não esqueceu sua Mãe,

Não esqueceu os amigos,

Esteve até na praça. 

Marcou presença,

Como sempre fez.

Como dizem os manuais,

É preciso fazer a diferença.

E você fez.

Parabéns!

Feliz  Dia das Mães!

LITERATURA

São crônicas e poesias de minha vida.