quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ronercaparao: CONCURSO DE POESIAS E POEMAS

ronercaparao: CONCURSO DE POESIAS E POEMAS

ESTILHAÇOS

ESTILHAÇOS
by roner Braga Padilha – set 2010


De repente o fim.
Uma tijolada, garrafada, num arremesso...
Lá foi a vidraça em pedaços...
Eu pude assistir a explosão de cores.
Eu era a moldura.
A moldura ficou.

As câmeras da copa do mundo,
As supercâmeras lentas
Filmaram os estilhaços de minha vida.
Assisti em hdtv. Pedaço a pedaço.
Fiquei todo cortado.
Cada corte um pedaço de dor e saudade.
Relembranças e recaminhos.

Continua...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Serra do Caparaó

SERRA DO CAPARAÓ

By Roner Braga Padilha – set/2010

Sol à esquerda, verão.
Sol no centro, primavera e outono.
Sol à direita, inverno.

sábado, 28 de agosto de 2010

CONCURSO DE POESIAS E POEMAS

NAGEM ABIKAHIR – FUTUROS ESCRITORES

Roner Braga Padilha – Secretário da Academia Iunense de Letras

Tive o privilégio, de ser convidado a fazer parte da Comissão que analisou os trabalhos realizados por alunos da Escola Nagem Abikahir, de Iuna-ES, cuja meta era avaliar Poesias e Poemas escritos por integrantes das 5ª e 6ª séries, engajados num projeto do MEC – nível nacional-, buscando identificar os melhores escritores das escolas brasileiras.
            A experiência foi fascinante e inusitada. Fascinante porque eu estaria frente a frente com “uma mina de ouro”, mesmo que houvessem pedras brutas.
Inusitada ao me deparar com um “livrinho” de mais de cem páginas, onde estavam as regras do concurso, que professores e alunos deveriam seguir. Sem falar no tempo exíguo que me foi concedido.
            Entre as regras do livrinho (minhas vivências, a realidade de Iuna que deveria ser ressaltada e o coração), fiquei com tudo e o coração muito juntinho. Eu não leria poetas consagrados com suas pertinentes certezas de usarem a norma culta – que em sua maioria são os autores que admiramos e exaltamos. Eu estaria lidando com ouro bruto, mas ouro puro. Fascinante e instigante!!!
            Li, uma a uma, aprendendo e apreendendo o que nossos jovens escrevem. Pelos meus critérios e os do livrinho, havia muita coisa interessante, agradável e gostoso de ler. Sem os hermetismos dos consagrados.
            Por fim, me chamou a atenção, o fato de o foco ser o Município e a Cidade de Iuna. E então me detive nas palavras mais usadas, compondo um caleidoscópio curioso do que os jovens vêem. Acompanhe a seguir:

Padaria, farmácia, lojas, supermercado, mercearias, mercados, bancos, fórum, igrejas, matriz, água santa, serrinha, colossus, pico da bandeira, príncipe, café, violência, cultura, braúna, casa da cultura, minha casa, iuna, minha cidade, cachoeiras, pedreiras, mulher, fé, natureza, bóia fria, flores, tristeza, alegria, pito, quilombo, aprender, coração, amor.
           
E então, sai uma poesia ou poeminha aí?
            Estou torcendo pela Escola.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

RAIZES

ROTEIRO
Abril 2007.
by roner braga padilha.

Você é criança e seus pais resolvem deixar a pequenina cidade onde você nasceu, e, buscarem a cidade grande.
Em pouco tempo, seus pais se desentendem e fica decidido que você fica com papai. Da mãe, fica a lembrança da mão abanando um adeus, no vidro traseiro do “mercury” que partia. Coisas de adultério. Dos dois. É a lembrança que ficou.
Em época de mudanças no mundo, ela também te atinge. Vira imigrante ou peregrino, sem saber porque. Vai para longe desta cidade, morar sozinho ou com estranhos em outra, distante.
Conhece a liberdade das ruas e da vida. Dura pouco. Seu pai constitui nova família. A dele. Uma nova mulher agora é sua mãe.
Mora num cômodo, com família estranha, aprende ofício, aprende mentir. Tem que encarar a verdade. Mora em hotel e depois num barraco na periferia.
Infância com abóboras e assombrações. Lavando pratos, limpando o chão, dormindo no mesmo colchão. E tinha a religião. Volta a estudar e a rezar.
E mais mudanças. Outra cidade, agora num cortiço. Ganha irmãos. Novas tarefas, primeiro emprego, primeira briga de rua, primeiras brigas em casa. Entre pais. Você no meio, apartando.
Não finca chão. Não fincam. Era hora de mudar (de novo). De cidade. Agora, voltar pro início da solidão. Nova periferia. Divertia-se, pescando à mão (marobá). Nas enchentes que enchia o barraco, tinha medo não. Levava marmita ao lotação. Assim passeava o cenário. De graça. Feliz...
Até mudar de chão. Agora, invasão. Tantos metros quadrados. De pedra, de terra e ilusão. Sem água e luz. Sonhos? Não...
Enfim, aquieta-se? No barracão? Vive o final da adolescência. Inquieta-se com corridas de carro e festinhas com LP’s. Escola, vigiar carro, engraxar, vender laranja...Inaugura a era dos ambulantes.
Inconsciente (vindo da abastança), na miséria vivida no barraco, só consegue conviver junto aos ricos. Convivência submissa, nos tempos que coitadinho tinha sentido cristão.
Assim vai na toada, dos ajudantes e protetores de plantão. Mas, não finca chão. É a sina? Cortina de eventos, paisagens, personagens...Toca a vida. Com formação, busca o horizonte perdido. Mudança. Sempre mudança. Não descansa.
Pensando que era livre, voa nas asas de um diploma. Descansa num hotel, depois numa pensão. Passeia na primavera do amor. Viagens. Paixão? Desilusão adolescente. Terminou começando décadas depois. Sem explicação.
Abrem-se as cortinas. É a sina? Mudança apesar do chão firme. Sabor de aventura? Junta os pés, é  um soldado, defensor do país e do comunismo. Hoje, estão todos aí no poder...E você por aí de asas partidas.
Faltou guarida? Não. Hoje, todos no poder, ontem, todos no poder. Quanto custa a liberdade? Zero!!! Nem as religiões respondem. Ontem, era o capital disfarçado. Hoje, é escrachado...
Não aproveitou, dançou! Acabou o tempo de caserna.
Mas, iniciou nova primavera. Trocou o capital pelo trabalho. À beira-mar sonhava. E casava. Dificuldades superadas pelos sonhos. Que sonhavam. Voaram mudando de lugar.
Novos desafios. Vida a ser vivida. Motivos para viver. No desconhecido, a alegria de viver a simplicidade.
Qual o sentido da vida vivida?  Qual o sentido da vida por viver?
Acreditar no dia, na noite. A natureza é um desafio a amar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MECHAS

MECHAS
By roner  072010


Vou cortar cabelo.
Rotina diferente nas ruas.
Ou ando 2km a pé ou vou de carro.
Andando, só desço. Depois tem que subir.
De carro, o problema é vaga...
E ainda nem saí de casa.
Estará o barbeiro livre?
Olho no espelho e meço as mechas...
Uma tesourinha resolvia.
Mas não é o filme das tesouras.
Tenho de ir.
Máquina quatro.
Lua cheia.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

ORTOGRAFIA


VERBOS
Roner Braga Padilha – 03 2006

            Lendo a "Revista do Provão - ENEM 2001", deparei-me com um artigo do Jornalista e Ator Alexandre Ribondi, intitulado "Whisky of chuchu". Acabei encontrando a motivação que faltava, para escrever sobre o tema do título. Considero uma humilde contribuição à língua portuguesa. Com todo o respeito. Afinal, tem por aí, mais um dicionário, e, segundo VEJA, com 60 mil verbetes a mais que o AURÉLIO.
            O Alexandre em seu artigo, endereçado logicamente aos estudantes de 2º Grau, é mais um a "chover no molhado", contra a inundação dos estrangeirismos no vocábulo nacional. Do yes nós temos banana", até os tempos atuais, "já dá pra" publicar um dicionário de termos äliens".
            Como experiência "of  course?", estou lançando aqui neste espaço, o primeiro verbo conjugado, utilizando um verbete, já de há muito incorporado ao nosso cotidiano. Muitos estudiosos podem discordar que seja um verbo, mas, eu testei minha hipótese, e, até defini que é da primeira conjugação e regular com todos os tempos.
            É o verbo XEROCAR. Como o espaço é pouco e nobre, vamos ao que interessa.
            Indicativo Presente: eu xeroco, tu xerocas, ele xeroca, nós xerocamos, vós xerocais, eles xerocam.
            Pretérito Imperfeito: eu xerocava, tu xerocavas, ele xerocava, nós xerocávamos, vós xerocáveis, eles xerocavam. Pretérito Perfeito: eu xeroquei, tu xerocaste, ele xerocou, nós xerocamos, vós xerocastes, eles xerocaram. Pretérito-Mais-Que-Perfeito: eu xerocara, tu xerocaras, ele xerocara, nós xerocáramos, vós xerocáreis, eles xerocaram.
            Futuro do Presente: eu xerocarei, tu xerocarás, ele xerocará, nós xerocaremos, vós xerocareis, eles xerocarão. Futuro do Pretérito: eu xerocaria, tu xerocarias, ele xerocaria, nós xerocaríamos, vós xerocaríeis, eles xerocariam.
            Subjuntivo Presente: que eu xeroque, que tu xeroques, que ele xeroque, que nós xeroquemos, que vós xeroqueis, que eles xeroquem.
            Imperativo Subjuntivo: se eu xerocasse, se tu xerocasse, se ele xerocasse, se nós xerocássemos, se vós xerocásseis, se eles xerocassem.
            Futuro Subjuntivo: quando eu xerocar, quando tu xerocares, quando ele xerocar, quando nós xerocarmos, quando vós xerocardes, quando eles xerocarem.
            Imperativo Afirmativo: xeroca tu, xeroque você, xeroquemos nós, xerocai vós, xeroquem vocês.
            Imperativo Negativo: não xeroques tu, não xeroques você, não xeroquemos nós, não xeroqueis vós, não xeroquem vocês.
            Infinitivo: xerocar.
            Flexionado: Posso eu xerocar? Podes tu xerocardes?  Pode ele xerocar? Podemos nós xerocarmos? Podeis vós xerocardes? Podem eles xerocar?
            Gerúndio: xerocando.
            Particípio: xerocado.
            CREDO!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PEQUENINAS

Latidos

No silêncio da madrugada,
delicie-se com o barulho da cachorrada.
Pra que silencio na madrugada?

CANÁRIO
Cheiro de chá de erva doce...
Os canários cantando alto...
São canários da terra,
Criados soltos e festivos.

COLEIRO
Não troca fraldas, nem as descartáveis, não faz xixi no colo dos outros nem chora de madrugada. Mas pede comida o dia inteiro, o que leva o casal de coleiros a voarem para lá e para cá, trazendo iguarias depositadas nos ávidos bicos abertos e barulhentos.
Forãm todos de parto normal, sem esse negócio de hospital e nasceram ao relento, protegidos com o corpo da mãe ou do pai. Em meu quintal.


Poesia experimental


O SUICIDA
Roner Braga Padilha – fev 2008

Esperança o que é você?
Como encontro você, como é você?
Mas... Se você vai tirar sua vida,
Que importa os vivos?
Que importa onde, a hora?
Talvez só o lugar... Confortável,
E com tempo suficiente,
Pra não ser achado vivo.
Coisa sem graça acordar no hospital.

To morto (!) é com o Grande Mistério.
To vivo, aí é problema.
O primeiro: você falhou.
O segundo: é um ex-suicida.
E ninguém mais te olha igual.
E agora terá de viver.
E a coragem que faltou antes?
E as opções que havia...
Parentes, conhecidos, amigos...

Voltou para sua casa.
Já não será a mesma.
Trabalho, de onde virá?
A rotina bem pior, vigiada,
Domada, dirigida, pactuada.
Acreditar no que não acreditou antes.
Mas afinal, o que mudou
De janeiro para fevereiro?
Janeiro desespero, desamparo.
Fevereiro solidão, vazio...

Mudança é remédio sim.
Antes a lembrança de orar.
Dói o que queria ofender...
Pede perdão que a dor vai.
Acredite... Simplesmente acredite!!!
O milagre se consuma assim.
Aos poucos ele faz estrada,
Deixando vida antes da morte.
Deixe a morte chegar em paz.
A vez é da vida!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

SOBRE OS LIVRINHOS

VERDADES LITERÁRIAS
By Roner Braga Padilha
16.03.2008

A coleção de livrinhos...
Mexeu comigo. Acho até
Que saí de meu umbigo.
Afinal, todos procuramos
Uma razão de viver.

Saí, conversei, ouvi,
E até falei.
Mudo há muito tempo,
Ouvir minha própria voz
Tem sido engraçado.
Um aprendizado.

Por não ter sonhos, esperança,
Tenho sido egoísta.
Sufocado quem me ama.
Manipulado pela sorte,
Caminho trôpego,
Sem necessidade.

Viver aqui ou acolá,
Conviver, relacionar,
Fazer a diferença
Onde e como puder.
Faz sentido, fazer sentido.
No final,
A terra é igual pra todos.

Estamos presos numa redoma
Chamada atmosfera.
Agora ligaram um som.
O coleiro cantou.
Lá vem o fim de tarde.
As verdades,
Nos livrinhos.

BONS TEMPOS


                                                                          

        CACHOEIRA DO BRÁS São João do Príncipe – Iuna/ES




                                                                                                                               O ano era 1990.
Eram 15:00h quando atingi a primeira Cachoeira do Brás. O dia estava limpo, e o sol já apontava em direção ao poente.
Escolhi o local para acampar naquela noite. Indo rio abaixo, no leito do Brás, havia excelentes locais, mas optei pelo plano existente à direita da cachoeira, mais abrigado de ventos que descem do Pico da Bandeira.
Terminei de armar a barraca e arrumar tudo por volta de 17 horas. A partir daí, procurei à esquerda da cachoeira um local para assistir o por do sol e fazer as primeiras fotos.
Foi maravilhosa a experiência, pois no inverno o espetáculo do por do sol é inesquecível. Ás 17:45, já era noite, com as estrelas invadindo o céu num novo cenário só apreciado na Serra do Caparaó.
Ás 18:30 já estava na barraca deitado. Por volta das 20:30, chegaram os companheiros Zé da Botina, João Elias, Raul, Emílio e muitos outros. Conversamos até meia noite. Já as 5:30 estávamos de pé, prontos para iniciar a subida pelo rio Brás, até a botija, a partir da cachoeira. Não tivera sido fria a noite, apesar de a saber depois que em lúna, havia até geado.
Eu já imaginava que as milhões de pedras existentes no Rio Brás, caprichosamente oferecesse em cada curva um cenário deslumbrante, cercado de uma flora riquíssima e  exuberante. Mas o que fiquei conhecendo foi alem da imaginação, em beleza natural.
Uma infinidade de cascatas, poços naturais de águas cristalinas e profundas, pequenas ilhas com vegetação florida, penhascos, escorregadores naturais esculpidos em maciços, sabe-se lá há quanto tempo, pela força das águas torrenciais que ali são despejadas no verão.
Depois de quase 3 horas de caminhada rio acima, chegamos, eu e João Elias, na cachoeira dos Jesuítas, que desagua no Rio Brás. Aquele pedaço do paraíso, fica escondido dos olhos de quem passa na trilha. São quase 200 metros de queda, suavizados por um tobogã natural esculpido numa rocha negra, contrastando com a espuma das águas.
Á esquerda um poço cristalino, e do fundo um imenso anfiteatro natural, capaz de abrigar uma peça de Shakespeare, e em frente do palco natural, uma laje de pedra inclinada, na posição ideal para uma plateia de até 200 pessoas. Tudo esculpido pela mãe natureza!!!
Já passava do meio dia, e a fome era saciada, pelo êxtase de estar vivo no meio a tanta beleza. Logo em seguida, atingimos o Poço da Anta. Outro cenário digno de respeito e admiração, pelo o que a natureza, sozinha, conseguiu fazer em silêncio e sem esperar reconhecimento. O poço mede aproximadamente 10 metros de diâmetro e 3 de profundidade, de uma água que varia de tons claros ao verde mais profundo. Como que vigiando o poço, uma pedra se projeta sobre ele, abrigando em baixo uma caverna com uns 10 metros de profundidade, 10 metros de abertura, 5 de altura na entrada e fecha ao fundo onde a rocha apoia na terra. Ainda há uma cachoeira cortando o rio, emoldurando o cenário e de frente para o por do sol.
Na curva adiante, nosso primeiro objetívo havia sido alcançado, que era a Botija, onde a trilha deixa o Rio Brás, por enquanto, e segue em direção ao acampamento base, com o Brás já próximo à sua nascente.
Roner Braga Padilha - 2003

quinta-feira, 18 de março de 2010

ACORDO ORTOGRÁFICO

ACORDO ORTOGRÁFICO
by roner braga padilha - 2009


Definitivamente entramos na era da especialização.
Sobreviver, virou ou é ser alguma coisa de alguma coisa.
Na hora do “vamo vê”, chama o especialista.
Tenho observado que essa vertente do mundo atual
Tem proporcionado a criação de novos planos intelectuais.
Porém, são planos que não interagem nem se entrecruzam. Chamavam de interdisciplinaridade.
Não funcionou para as pessoas.
Virou sobrevivência, menos vida.
Vi 2008 assim. Fui uma sacola vazia soprada pelo vento,
Agarrando aqui e acolá.
Fui um cão vadio procurando comida,  
Nas sacolas com lixo colocadas na rua antes da hora.
Fui um pedaço de terra deixada em paz,
Que renasceu com as  chuvas
E agora dá trabalho prá limpar  ou não.
Fui um barranco que desmoronou com a chuva.
E alguém veio retirar a terra que incomodava.
Fui uma goteira impertinente no telhado, pingando,
Criando limo, anunciando o fim ou não.
Afinal, fui gente. Respirei, andei, interagi, sobrevivi.
Mas, não estava sozinho.
Os anjos companheiros estavam comigo.
Sou mais um especialista em sobrevivência.
Descobri,
Andando por aí,
Que eu falava a mesma língua ou
Comunicava-me no mesmo idioma
De todos à minha volta: o português.

sábado, 9 de janeiro de 2010

INTERNET


DESCONECTANDO
by roner braga Padilha - 2009

Quem escreve
Ou tem mania de escrever
Em linhas gerais escreve sobre tudo.
Eu não sou exceção.
Com mais ou menos objetividade,
Carinho, admiração, encanto, raiva,
Impotência, por puro prazer de jorrar o texto,
Lá vai a caneta ou teclado compondo o cenário.

Pois,
Cismei de verificar,
O que havia escrito,
Sobre nossa região – o Caparaó.

Tomei um susto, mas fiquei feliz!

Minha caneta
E meu teclado,
Já percorreram todas suas entranhas,
O céu, seus horizontes, seus contornos,
Sua gente, suas potencialidades e,
Ainda andei por aí,
A sonhar com o futuro.

E tudo isto,
Acompanhado de lentes,
Que aqui e ali filtraram
O que de mais belo
Existia ou ainda existe.

Se algum dia, alguém resolver
Se debruçar sobre minha passagem na Terra,
No Caparaó certamente,
Encontrará farto material.