domingo, 29 de novembro de 2009

A VISITA




VISITA
By roner braga Padilha – 11/2009
  
Bonita.
Estava num shortinho preto,
Com uma blusa de alça combinando.
Não faltava a bolsa, brincos...
Os cabelos estavam perfeitos.
Chegou ofegante.

Eu estava fora da internet,
Não recebi sua mensagem...:
“Vou a pé”...
Sacrilégio!!!

Do final pro começo,
Foi uma noite maravilhosa.
Eu deveria ter a levada ao shopping?
Ou ao cinema?
Quiosque na praia?

Fui atropelado pelos fatos...
Ela  a pé...Em minha casa...
Com uma sacola de cervejas,
Ofegante e com um astral invejável.
Trouxe até o tira-gosto.

Ela elegante, e eu...que já nem a esperava...
De bermuda e camiseta...
E aí, o papo foi rolando...
Uma cervejinha, um cigarrinho...
Confidências, afirmações, lembranças...
Rolou de tudo...

Deixou a cozinha limpa depois de cozinhar...
Geralmente sou eu que faço...
Um sorriso agradável e limpo no rosto,
Todo o tempo. Cheia de argumentos.
Em nenhum momento pareceu ter pressa.
Éramos dois em um, sem perceber.

Mas, faltava intenção? Preparação?
Rimos do tira-gosto... No final, só eu comí...
Com sono e cansados,
Tivemos que bater em retirada.
Tive o privilégio de levá-la em casa.
Uma bela noite de sábado.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

IDADE DA PEDRA



MEUS DINOSSAUROS
by roner braga padilha
Novembro de 2008

Tenho dinossauros no quintal. Sim!!!
Manja aquelas lagartixas grandes, de cores escuras, sombreadas e com tons de verde ou cinza, dependendo do humor do bicho? Pois é. São minhas (ou minhos?) companheiros (as).
Os bichos são canibais... Quer dizer: comem grilos, borboletas, baratas (só as cabeças), abelhas, mosquitos, tudo que voa ou der bobeira rastejando e tiver proteína...
E comem eles mesmos!
É, os bichos, na hora do “vamo vê”, travam uma luta entre os machos e perde  quem correr primeiro ou, literalmente, perder o rabo...Na mordida. É mole?
É demorado  nascer de novo. Demora, mas nasce e com coloração diferente. O rabo do dinossauro perdedor estará sempre com uma coloração esbranquiçada.
E o vencedor? Vira um “bitelão”. E manda nos limites de seu território, no caso, meu quintal.
Tenho dois perdedores que estão vivos, têm território restrito para caça, e passam sempre ao largo do bitelão. Mas, estão lá esperando sua morte. Sim, pois quanto maior e mais agressivo, mais próximo o bitelão  está do final de seus dias.
E fica aquela cambada ali, subindo e descendo muros, voando ou saltando sobre borboletas e no telhado ou tomando sol... Imóveis.
Seguindo a lei da natureza.
Enquanto houver um bitelão, a vida segue normal. Mas todo mundo querendo a vez de ocupar o posto de manda-chuva de plantão.
Assim que o bitelão morre (e aí tem um mistério; ninguém acha sua carcaça, se a morte for natural), começa a guerra pelo comando. E a luta, recomeça com quem já perdeu o rabo, e, os novos atores, filhotes, que foram crescendo enquanto seus instintos os preparavam para a luta e não eram incomodados, por serem filhotes.
Vida interessante a deles, marcada pelo botão liga-desliga da natureza.
Se forem machos, nascem, crescem, brigam para virar bitelão, procriam então e depois, morrem.
Se são fêmeas, nascem, crescem, chega a hora do vamo vê, procriam, não amamentam, não alimentam e...morrem...
Vida de dinossauro...Vida de lagartixas.
Vai entender...

ENSAIO SOBRE O JOVEM


ENSAIO SOBRE O JOVEM


Outubro de 2008.
by roner braga  padilha


Incrível! Impressionante! Fenomenal!
O que?
O jovem no mundo atual. A partir dos...quatro anos (?), todos são perseguidos pelos negócios. Negócios de todo tipo. De todo tipo...Ideologia? Filosofia? Economia?
Na China, falando três idiomas (?), e fazendo pós-graduação em  direito econômico, a belíssima RU GUO, 24 anos ( VEJA ed. 2073, pgs 135, 13/08/2008), que trabalha em uma transacional, ganha R$ 300,00 (trezentos reais) por mês. E está feliz, pois gasta seu estipêndio (?) num shopingue de Pequim. E anda na moda. E tem crédito, coisa essencial no socialismo de mercado ou no capitalismo.
Diferente dos EUA? Da GB? Do BR? Da África do Sul? Da Nova Zelândia?
O jovem tá na moda. Ele não sabe o que é economia para o dia seguinte, ou o mês, ou o ano ou pra vida. A não ser que trabalhe na bolsa de valores. E daí???
Mas, tem de estar no padrão. Seja lá qual for. Não vale ser diferente. Tem de consumir. Se não, vai fazer o que? Nheém, nhém, nhém??? Tem de viver...É um país de todos...
Viver? E o que é isto? Um emprego público? Um estágio? Um “treinii” numa  multi? Um assentamento? Locutor voluntário? Dirigente de ong? Um micro com crédito e com prestações a pagar?  Ser medíocre como sou? Acreditar em forma de nuvens? Que a água vai acabar? Que o petróleo não é mais necessário? Pááá tchê!!! Óia o Paraguay botando as unhas de fora...Óia a Bolívia botando as unhas de fora... E daí?????
O assunto é o jovem e o padrão, lembra-se? Ah! É padrão, mas tem que ser especializado, treinado, capacitado, yutubizado...... yutubisado?..Customizado...em que? Especializado, lembra-se? Vale uma só especialização, um curso só...Vivência, não! Experiência, não! Cadêê o canudo??? Seqüestrador ou terrorista? Bonzinho ou mauzinho? São especialidades atuais e futuras...Falar firme...Olhar nos olhos...Vestir-se como Deng ou  Barak... E sorrir...
Pois é imbecil!!! Manja a gelatina??? Não????  Manja a geléia??? Não??? Então pitanga, vira sorvete ou suco...Tá na moda...Sorria, você está sendo filmado...Acabou a era rambo...Bem vindo a era 007...Memória de elefante é pouco. E, sorria...

CIÊNCIA



FUTURO: O DURO RECADO DA CIÊNCIA
by roner braga padilha
Outubro de 2008.

            Sou fã de ficção científica. Dia desses, vi um filme sobre robôs e andróides. São máquinas que  já substituem o trabalho humano. No filme, eles substituem os seres humanos. Coisas do mercado e vai por aí.
           
Tipo assim: morreu minha avó... Disque 00037 e peça  uma avó novinha em folha. Com pele artificial e tudo, incluindo as rugas, o cheirinho de vó e, é claro, a destreza e o saber fazer uma broa de fubá, uma carne na lata e até um macarrão com galinha...E os ovos fritos? E a couve refogada, o feijão de caldo grosso, o arroz branquinho enfumaçado, o bolinho de chuva e, se tiver uma geladeira, uma torta de biscoito com pouco açúcar...
           
Mas, no filme, pediram um filho. O filho real estava em coma. A inteligência artificial já havia avançado a ponto de o robô vir com sentimentos.
           
Era um HD evoluído e que se auto-evoluia. Tirando fora os exageros, o guri que estava em coma acordou, e ele  e o robô, sua cópia, passaram a conviver. E virou uma história comovente.
           
O que me tocou e me acendeu, é o fato de estarmos amando mais os animais e as máquinas, as coisas, objetos, ideologias, sistemas, diplomas...que o próprio ser humano...E isto é evolução...Por mais que alguém diga ao contrário...Não é monografia, é intuição...Sinto muito...

            E o filho robô da história? Era um adotado? Obedecia a preceitos religiosos? Aí, parei de pensar, para não pirar, endoidar...

            Pois é...Tô aqui no mundo virtual. A realidade? Bem...Fazer o que? Viver.

            Quero voltar pro lugar onde se pode sonhar...Ainda existe este direito?

MOMENTO JÁ

MOMENTO

By Roner Braga Padilha
Julho de 2007

Tem um momento
nos céus de inverno
do Caparaó,
que é imperdível...
A lua crescente, miúda,
pendurada no poente.
E uma estrela, ou planeta...

E vão brincando.
A lua sobe ou
A estrela desce?
A cada poente é nova esperança.
Fazer igual,
Quem será capaz?

CLAREIRAS

CLAREIRAS
By Roner Braga Padilha
Abril/Out de 2008

Surto de vida,
Momentos de lucidez...!?
Um cipoal de lembranças,
Com clareiras aqui e acolá.
No cipoal, a dor do emaranhado,
As encruzilhadas deixadas...
Na clareira,
A perguntar: por que?

Estive lá antes!!!
Era protagonista.
Agora, na clareira,
Virei personagem.
Da história dos outros.
Vira e mexe,
Lá estou eu
Anos atrás. Protagonista.

No cipoal descobri
Que vivi pelas clareiras.
Meu desastre; viver fugindo?
Sem amarras, sem ancoras?
Pra que porto,
Se tenho um barco?
Minha sorte,
Encalhar na costa? Qual costa?

Uma garrafa,
Com uma mensagem dentro?
Não é...(são?)...clareiras...

SONHOS E ILUSÕES

SONHOS E ILUSÕES
by Roner/outubro 2007

sonhos e ilusões,
eu os tenho visto por aí,
entre frestas de portas entreabertas;
em janelas fechadas,
encrustadas em paredes de madeira sem calefação...
não são raios de luz;
são raios de sombras...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MIDIA MAIS...CONHEÇA...

Newsletter M@M - Edição 37 - 11 de Novembro 2009 - Ano 1


Acusação injusta
Redação Mídia@Mais
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A cortina de silêncio
Percival Puggina

Com apoio de uma grande mídia incapaz de ver a verdade ainda que ela lhe fosse pingada nos olhos como colírio, cerrou-se uma cortina de silêncio sobre o que aconteceu nos últimos 18 anos da vida política e econômica nacional. E uma espécie de Mal de Alzheimer instalou-se na memória do país, afetando a capacidade de análise. Tudo em perfeita cumplicidade com o estelionato através do qual Lula, ao esticar a mão para colher os frutos do laborioso plantio promovido por seus dois antecessores, assumiu como coisa sua o conjunto da obra.
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O passado ainda atual - Reflexões sobre a II Guerra Mundial
Victor Davis Hanson

Podemos aprender muito sobre os dilemas do presente dando uma olhada no passado. Este mês estou dando um curso intensivo sobre a II Guerra Mundial e lembrei-me de como a história nunca é realmente a história. Uma lição: não julgue as decisões passadas com base nas considerações do presente ou na sabedoria post facto de um ponto de vista ocidental, mas entenda-as considerando o conhecimento e pensamento da época, e a partir da perspectiva de um inimigo.
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Ainda boiando
Henrique Dmyterko

Se Melanie Phillips, com seu delicioso humor britânico reproduz afirmação segundo a qual a “teoria do aquecimento global antropogênico (AGA) está a se desintegrar no Mar da Realidade”, o grande público, inclusive - ou especialmente – no Brasil, continua boiando no Mar da Desinformação.
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Afundando rápido
Melanie Phillips

Marc Morano observa que o grande iceberg da teoria do aquecimento global antropogênico (AGA) está a se desintegrar no Mar da Realidade. Fanáticos do AGA estão verdadeiramente em face de um enigma apavorante, um pesadelo. O que fazer para salvar suas reputações e resplandecentes carreiras como cientistas-chefe, presidentes da Royal Society, candidatos presidenciais transformados em ganhadores do Nobel, jornalistas propositores da forca para os céticos, ONGs verdes construtoras de impérios e professores cuja renda e status acadêmico se acumularam por mais de duas décadas de mascateagem do maior golpe anticientífico de todos os tempos e que agora ameaça expô-los todos ao ridículo, numa escala épica, na medida em que as temperaturas globais diminuem?
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Lançamento do livro "Mentira Romântica e Verdade Romanesca" de René Girard
Redação Mídia@Mais

terça-feira, 10 de novembro de 2009

MOEDOR DE CARNE

MOEDOR DE CARNE
by roner braga padilha
Outubro 2008.

O preço da liberdade é a eterna vigilância. Coisa do exército americano (ou francês - inglês?), e copiado pelos latinos e outros mais.

Funciona assim: Você vence a eleição. Muita festa, afagos, extravaso, euforia exagerada...Aí acaba a graça e começa o dever de casa.

Tem de formar o governo. Tem de fazer o plano de verdade. Tem de ocupar os espaços, pois, afinal, você é o Poder Executivo. Arrecada, paga e é o único culpado se alguma coisa não der certo.

Mas, tem mais festa.

É a posse social e posse do espaço físico, recebendo chaves, relatório de gestão e até gente...Essas coisas, manja?

Seja bem-vindo ao purgatório – ou, como diria Rubem Braga, ao inferno -. O moedor de carne está vazio. No primeiro dia de governo, danam a colocar pedaços de tudo nele.

A manivela não gira. Durante seis meses. E tome pedaços no moedor...

Até que a trava que segurava o giro da manivela, do moedor, arrebenta ou é gentilmente retirada.

E todas as paixões humanas, desejos, frustrações, fraquezas, entram em cena.

Acabou a luz. Impera, agora, a escuridão.

Você engole ou é engolido.

EU ESTAVA VIVO

EU ESTAVA VIVO
By roner braga padilha – 27/06/2008

Hoje eu acordei.
Percebi que estava vivo.
Fazia frio, e,
Em meio as cobertas,
Enrodilhado,
Senti meu coração batendo.

Tateei as cobertas.
Pernas, braços e complementos,
Funcionando.
Pude ouvir,
Um cachorro latindo,
Galo cantando,
Veículo transitando
E um pássaro gorjeando.

Nas penumbra das cortinas,
Arrisquei a cabeça
Fora das cobertas.
Abri os olhos...
Eu enxergava!!!

Aí, pensei: - Eu pensei!!!!
O computador mental...
Minha alma,
Estava comigo.
A aventura, continuava.

AVE MARIA

AVE MARIA

By Roner Braga Padilha
Ago 2007

18 horas.
Toca a ave Maria,
No alto-falante,
Da cidadezinha.

É um dia que finda,
Ou a noite que começa?

Melancolia,
Nostalgia,
De não sei o que...

É poético,
Com a linha do horizonte.
Ser, estar,
Um majestoso cenário.

Ter tempo
Para refletir,
Pensar o dia,
Acolher a noite,
Com alegria.

Clique...
Acabou a música.
Volta à realidade
Ficou,
O poente e as estrelas.
É inverno.

Toca a vida.

Academia Brasileira de Letras

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