Breve reflexão sobre nossas águas.
byronerBP in ANC 855
Estes furacões ou tempestades tropicais, que anualmente
varrem o hemisfério norte, especialmente os EUA e Canadá, incluindo a região do
Caribe, me fez refletir sobre a questão da água, em vias transversas. Tive a oportunidade
e o privilégio de participar de duas caminhadas, da Escola Deolinda, pela manhã
e à tarde, pelas ruas do centro da cidade e depois no Bairro Quilombo.
Isto, antes do furacão ‘’Sandy’’, tocar o solo americano. Emocionou-me,
ver aquele grupo de crianças do 1º grau e a equipe da escola, saírem às ruas
para literalmente ‘’bradar’’ pelas nossas águas. Sabemos que é uma tarefa
inglória, pois em uma região que parece
ter estoque infinito de H2O, só acreditando no poder da educação, da
informação e conhecimento resultantes, que a Escola pode prestar um serviço
social e de transformação de mentes. Isto, pensando nas próximas gerações.
Porque nossa gente atual lava lixo de calçadas com jato de mangueira, escova
dentes com torneira aberta e ignora o reaproveitamento da água, molha a rua
para apagar poeira e deixamos brilhando nossos veículos, depois de passar quase
uma hora com a mangueira despejando água.
E o furacão tocou o solo americano. As autoridades
solicitaram que os cidadãos estocassem ÁGUA e alimentos para 48 horas. Bem, a
Defesa Civil americana deve ter seus
motivos para estabelecer este prazo. E depois? O depois, eu vejo, por exemplo,
em populações como no Haiti, que recebem ajuda internacional com estoque de
‘’água mineral’’. Ou seja, água comprada por alguém, com os tributos pagos
pelas populações doadoras. Só as imagens da falta ou escassez de água, pelo
mundo afora, já deveria ter ligado nossa sirene interna, para o desastre da
falta do líquido essencial à vida.
Segundo a pesquisa realizada pela Escola Deolinda, 89 por cento da clientela da Escola (famílias),
utilizam água tratada. O restante chega por minas ou poços artesianos. A água
tratada, não vem mais só da Serrinha. O Rio Pardo já dá sua valiosa
contribuição. Além de observarmos nosso comportamento, que importância e
respeito temos pelo nosso Rio Pardo e seus afluentes? Quantos de nós já fizemos
o exercício mental de imaginar ir buscar água na Serra do Caparaó? A
possibilidade, a continuar nossos hábitos é real. Qual o preço que iremos
pagar?
É preciso um protesto maior, que venha de dentro de nós, da
consciência cristã e afirmarmos alto e em bom som, que o tempo já fluiu além
dos limites de segurança. Para nossa reflexão, deixo uma indagação que demanda
enfrentamento corajoso da na questão da água no Caparaó: - Quanto tempo viveremos, em nossas ‘’cavernas’’, com
500 ou 1000 litros de água estocada, sem a distribuidora mandar para nossas
caixas de amianto ou de fibra, o líquido vital? As respostas mandem para voce
mesmo. Estamos todos no mesmo poço. E com a onda de calor, desperdiçamos
mais. Com o horário de verão, uma
aparente economia é divulgada, um valor pífio diante do que se faz pelas águas
neste País.
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