sexta-feira, 23 de abril de 2010

Poesia experimental


O SUICIDA
Roner Braga Padilha – fev 2008

Esperança o que é você?
Como encontro você, como é você?
Mas... Se você vai tirar sua vida,
Que importa os vivos?
Que importa onde, a hora?
Talvez só o lugar... Confortável,
E com tempo suficiente,
Pra não ser achado vivo.
Coisa sem graça acordar no hospital.

To morto (!) é com o Grande Mistério.
To vivo, aí é problema.
O primeiro: você falhou.
O segundo: é um ex-suicida.
E ninguém mais te olha igual.
E agora terá de viver.
E a coragem que faltou antes?
E as opções que havia...
Parentes, conhecidos, amigos...

Voltou para sua casa.
Já não será a mesma.
Trabalho, de onde virá?
A rotina bem pior, vigiada,
Domada, dirigida, pactuada.
Acreditar no que não acreditou antes.
Mas afinal, o que mudou
De janeiro para fevereiro?
Janeiro desespero, desamparo.
Fevereiro solidão, vazio...

Mudança é remédio sim.
Antes a lembrança de orar.
Dói o que queria ofender...
Pede perdão que a dor vai.
Acredite... Simplesmente acredite!!!
O milagre se consuma assim.
Aos poucos ele faz estrada,
Deixando vida antes da morte.
Deixe a morte chegar em paz.
A vez é da vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário