terça-feira, 10 de novembro de 2009

MOEDOR DE CARNE

MOEDOR DE CARNE
by roner braga padilha
Outubro 2008.

O preço da liberdade é a eterna vigilância. Coisa do exército americano (ou francês - inglês?), e copiado pelos latinos e outros mais.

Funciona assim: Você vence a eleição. Muita festa, afagos, extravaso, euforia exagerada...Aí acaba a graça e começa o dever de casa.

Tem de formar o governo. Tem de fazer o plano de verdade. Tem de ocupar os espaços, pois, afinal, você é o Poder Executivo. Arrecada, paga e é o único culpado se alguma coisa não der certo.

Mas, tem mais festa.

É a posse social e posse do espaço físico, recebendo chaves, relatório de gestão e até gente...Essas coisas, manja?

Seja bem-vindo ao purgatório – ou, como diria Rubem Braga, ao inferno -. O moedor de carne está vazio. No primeiro dia de governo, danam a colocar pedaços de tudo nele.

A manivela não gira. Durante seis meses. E tome pedaços no moedor...

Até que a trava que segurava o giro da manivela, do moedor, arrebenta ou é gentilmente retirada.

E todas as paixões humanas, desejos, frustrações, fraquezas, entram em cena.

Acabou a luz. Impera, agora, a escuridão.

Você engole ou é engolido.

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